Em que momento de sua história o PT se perdeu? Com essa pergunta, Ricardo Noblat começa sua coluna de hoje no GLOBO. O jornalista oferece algumas alternativas e dá a sua preferida:
Foi quando Lula, depois de três derrotas consecutivas, achou que para vencer em 2002 deveria “jogar o jogo”? Foi quando a governar com partidos, ele preferiu aliciar o apoio individual de deputados e senadores? Ou foi quando ele, uma vez superada a fogueira do mensalão, convidou o PMDB para ser o principal parceiro do PT no seu segundo governo? Escolha o momento que lhe pareça o mais significativo. Existem outros. O meu preferido é o primeiro – aquele de “jogar o jogo”. Dirão os pragmáticos inescrupulosos: sem jogar conforme as regras usuais, Lula e o PT jamais teriam chegado ao poder.
Não penso que o PT “se perdeu” em nenhum desses casos. Acho que foi muito antes. O próprio Noblat chega perto do verdadeiro momento, mas talvez por ter um viés de esquerda, não concorde com minha conclusão. Diz ele:
O PT foi inventado pela ala progressista da Igreja Católica. Para combater a influência dos partidos comunistas no meio operário, a Igreja imaginou reunir em um novo partido as demais correntes de esquerda. Conseguiu. E por muito tempo, as comunidades eclesiais de base, alimentadas pela teologia da libertação, funcionaram como células do PT.
Por mais que tenha radicalizado seu discurso na tentativa de eleger Lula presidente em 1989, 1994 e 1998, o PT jamais foi criado para pregar a revolução social. É verdade: abriga tendências de esquerda sem compromissos com a democracia tal qual a conhecemos. Mas foi sempre o partido da ordem. “Nunca fui de esquerda”, uma vez comentou Lula. “Quando cedi às pressões dela, me dei mal”.
Partido da ordem? Não pregava a revolução social? Há controvérsias. Muitas controvérsias! Na verdade, o PT sempre foi um partido radical, que desprezava os valores democráticos e flertava com o modelo cubano. Lula sempre elogiou Fidel Castro, o ditador mais cruel do continente. E pode falar o que quiser, mas sempre foi de esquerda. Seu sindicalismo populista tem tudo a ver com a esquerda. Com a direita liberal é que não tem!
Portanto, eis a resposta certa à pergunta de Noblat: o PT “se perdeu” assim que nasceu! Foi no momento de sua concepção que ele já estava perdido. É pau que nasceu torto, e que por isso nunca se endireita. O PT esteve do lado oposto ao Brasil em todas as reformas importantes. Foi contra o Plano Real, as privatizações, a Lei de Responsabilidade Fiscal, a autonomia do Banco Central, tudo aquilo que trouxe o país mais para perto do lado desenvolvido e agora acabou destruído pelo próprio partido.
O PT nunca lutou pelas causas certas. Quem tenta aliviar o partido, os “intelectuais” socialistas que ajudaram em sua criação, os comunistas da Teologia da Libertação, um casamento forçado entre Marx e Cristo com clara predominância do primeiro, está tentando preservar uma ideologia nefasta e culpar o “pragmatismo” por toda a desgraça. Nada mais falso. O PT não ferrou o Brasil quando casou com o PMDB. Sem os fisiológicos do partidão de “centro”, o Brasil seria uma Venezuela! Era isso, afinal, que o PT desejava, conforme o próprio Lula alegava.
Noblat presta um desserviço ao repetir essa ladainha de que o PT “se perdeu”, traiu sua história, sua trajetória. Sua trajetória sempre foi de luta pelas causas erradas, esquerdistas, antidemocráticas, populistas. O PT é o câncer da política nacional. Ele e suas “linhas auxiliares”, como o PSOL. Esse discurso serve apenas para deixar o caminho livre para que a esquerda radical tente outra vez levar o país na direção errada. Noblat conclui:
A opção por “jogar o jogo”, que empurrou Lula e o PT rampa acima do Palácio do Planalto, empurrará Dilma, Lula e o PT ladeira abaixo em 2018 – ou mesmo antes. Simplesmente, a maioria esmagadora dos brasileiros quer vê-los pelas costas. A incompetência e a corrupção exauriram o país. Ele não pode continuar mais se arrastando sem direção. Chega! Basta!
Chega sim! Basta mesmo! Mas não só do PT que escolheu “jogar o jogo”, e sim desse esquerdismo radical ultrapassado, dessa mentalidade anticapitalista, desse populismo “igualitário”, desse marxismo tosco. Chega de PT! Chega de PSOL! Chega de Rede! Chega de Teologia da Libertação! Chega de socialismo!!!
Rodrigo Constantino
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