Por Fernando Fernandes, publicado pelo Instituto Liberal
Só pode ser brincadeira. O Senado Federal publicou recentemente um “resuminho” da “simplicidade” que é ser um empreendedor no Brasil. Com ares beneficentes e caridosos, a assessoria do Senado deixou evidente não só seu descompasso com a realidade mas o quão enormemente burocratizado e complexo são os supostos 7 passos necessários para se abrir uma micro empresa.
O Brasil está distante da média mundial e do ranking dos melhores lugares do mundo para se fazer negócios. Aqui a regra é para cada papel um carimbo, para cada carimbo uma taxa e assim vai-se esticando quase que de modo indefinido a distância entre o empreendedor e a capacidade que ele tem de gerar empregos e alcançar seus objetivos. Em nosso país, em geral, a abertura de uma empresa, demora até 107 dias, enquanto na média mundial, com menos exigências e procedimentos, a abertura de uma empresa demora aproximadamente 25 dias (Doing Business, Banco Mundial 2014).
Entre os nossos vizinhos na América do sul, só somos mais eficientes que a Guiné Equatorial (135 dias), a Venezuela (144) e o Suriname (208). Por outro lado, Austrália, Canadá e Chile, são considerados como as referências em economicidade e eficiência na abertura de empresas por possuírem procedimentos que duram apenas de 1 a 4 dias.
Entretanto, os maiores cases de sucesso são a Nova Zelândia e a Estônia. No primeiro, o empreendedor precisa seguir um único procedimento e leva, apenas, metade de um dia para abrir sua empresa e passar a operar. No segundo caso, basta apenas alguns minutos para entrar no site do governo, se registrar, abrir uma conta e assinar tudo digitalmente.
Tempos de crise são essenciais para compreender a posição do empreendedor como o verdadeiro agente de mudança. Deste modo, se quisermos realmente mudar nossa realidade, precisamos melhorar as condições daqueles que abrem suas empresas.
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