A presidente Dilma, como já comentei aqui, ficou encantada com a tecnologia americana ao visitar a Google e andar no carro autônomo, que dispensa motorista. Ela “desceu do futuro” ao sair do carro. Sim, e voltou ao passado ao regressar ao Brasil, país cuja economia também não tem piloto, mas anda sem direção e na marcha à ré apenas, ao contrário do carro moderno da empresa americana.
Enquanto Dilma se encantava com a tecnologia produzida pelo capitalismo de livre mercado americano, nossa indústria sentia novos golpes dos desmandos e equívocos da equipe econômica. Não vale falar em “inferno astral”, pois como lembra o professor de economia Rogério Werneck em sua coluna de hoje no GLOBO, tal expressão nos remete aos astros, e a crise de nossa indústria em particular e da economia em geral foi produzida pelas trapalhadas do governo petista:
Afirmar que a presidente vem passando por longo período de inferno astral seria atribuir aos astros culpa que não lhes cabe. Dilma está apenas colhendo o que plantou. E, nessa colheita farta, vem mostrando espantosa capacidade de tornar cada revés bem mais desgastante do que poderia ser.
Sim, Dilma, que tem apenas míseros 9% de taxa de aprovação (quem são essas pessoas, em que planeta vivem ou quanto recebem do governo?), está colhendo aquilo que plantou. Mas quem está pagando o pato é o povo brasileiro, e a indústria sente de forma desproporcional:
Diante da queda livre nas vendas de veículos no primeiro semestre, a Federação Nacional dos Distribuidores de Veículos Automotores (Fenabrave) reviu para baixo pela terceira vez suas projeções para o mercado automotivo brasileiro este ano. A entidade estima que as vendas totais de veículos — que inclui automóveis comerciais leves, ônibus e caminhões — deve chegar a 2.662.587 unidades, 835.243 mil veículos a menos, ou um tombo de quase 24%, ante as 3.497.830 unidades comercializadas no país em 2014. Os números foram divulgados hoje pela Fenabrave.
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No segmento de caminhões e ônibus, a retração das vendas foi ainda maior. Foram vendidas 49,13 mil unidades até junho, com retração de 38,79% em relação ao primeiro semestre do ano passado. Tomando somente as vendas de junho, na comparação com o mesmo mês de 2014, a queda foi de 38,88%, passando de 12,93 mil unidades para 7,90 mil caminhões e ônibus. O declínio esperado para as vendas nesse segmento é de 41,02%, com 99,73 veículos comercializados em todo o ano.
Em função dessa retração, cerca de 250 concessionárias fecharam as portas este ano, demitindo em torno de 12 mil pessoas. Segundo o presidente da Fenabrave, a estimativa é que até dezembro mais oito mil funcionários devem deixar os seus empregos. Além disso, os estoques giram em torno de 49 dias nas revendas e nos pátios das montadoras, o que dá uma média de 325 mil veículos. O normal é um estoque de 30 dias.
A indústria automotiva brasileira está na UTI, e o vírus que causou a doença se chama PT, com seu “desenvolvimentismo nacionalista” e com sua “nova matriz macroeconômica”. Dilma ficou impressionada ao conhecer o futuro num carro produzido pela Google. No Brasil, joga a indústria automotiva rumo ao passado, após subsídios e medidas protecionistas que serviram apenas para prejudicar ainda mais sua competitividade.
Claro, o futuro também pode ser perigoso. Em cena que parece de filme de ficção científica, um robô da Volkswagen na Alemanha matou um funcionário da empresa que tentava realizar ajustes nele. Esse tipo de acidente, porém, é bem raro, e a tecnologia moderna serve para criar riqueza e empregos com melhores salários nesses países mais capitalistas.
Aqui, no Brasil petista com cores bolivarianas, ninguém precisa de um robô desajustado para causar estragos. Basta colocar no poder um partido com ideologia ultrapassada e uma presidente arrogante que se acha uma boa economista que o “serviço” será completo: morre logo a indústria toda de uma vez!
Rodrigo Constantino