Fonte: Folha| Foto:

Comentei aqui o caso da expulsão de um judeu da marcha LGBT pró-Palestina em Chicago. Para acrescentar insulto à injúria, temos agora esta notícia, que mostra a proibição pelo segundo ano consecutivo da parada gay em Istambul, na Turquia, o país mais “secular” entre aqueles dominados pelo Islã:

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O governo de Istambul, na Turquia, proibiu uma parada do orgulho LGBT na cidade, que estava prevista para o domingo (25), citando razões de segurança depois de surgirem ameaças de um grupo ultra nacionalista.

Será o segundo ano que a marcha, apontada no passado como a maior do mundo muçulmano, foi barrada pelas autoridades locais.

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A parada gay de Istambul —uma cidade vista como relativa segura pela comunidade LGBT do Oriente Médio, incluindo refugiados da Síria e do Iraque— costumava ser um evento pacífico.

No entanto, em 2015, a polícia usou bombas de gás lacrimogêneo e jatos de água para dispersar os participantes, depois que os organizadores tiveram autorização para o evento negada por coincidir com o mês sagrado do Ramadã.

A homossexualidade não é um crime na Turquia, enquanto que em muitos outros países islâmicos a homofobia segue generalizada.

O presidente Recepp Tayyip Erdogan e seu partido, o AK, são criticados por opositores por mostrar pouco interesse em expandir direitos para minorias, gays e mulheres, e são intolerantes com dissidentes.

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Claudia Wild, que mora na Alemanha, desabafou: “Por enquanto é só a proibição do evento. Aguardem até que o ditador-troglodita-wahabbita peça literalmente a cabeça de cada um e aplique os mandamentos da lei islâmica. A massa de manobra cava a própria cova. E não adianta falar que o adiamento foi por razoes de segurança. A razão é uma só; o islã”.

Pois é. Ficamos, então, assim: no Ocidente cristão, o movimento LGBT pode fazer uma marcha pró-Palestina, vetando a participação de judeus gays, enquanto nos países muçulmanos, incluindo a Palestina, nem mesmo uma parada gay pode acontecer.

O Ocidente tem, mas nem precisa de inimigos externos. Seus maiores inimigos são mesmo aqueles bárbaros de dentro do portão, que cospem em todo o legado ocidental em nome do “multiculturalismo”…

Rodrigo Constantino