João Vaccari Neto foi preso por corrupção, após nova fase da Operação Lava Jato concluir que o tesoureiro do PT pagou com propina gráfica que atuou na campanha eleitoral. Enquanto mais um da alta cúpula do partido vai em cana, o PT prepara a mensagem de seu V Congresso Nacional. É um show de horrores!
O tom parece coisa de diretório estudantil formado por idiotas que ainda suspiram ao ouvir o nome do assassino Che Guevara. É um espanto! O PT nada aprendeu nesse tempo todo de existência e poder. A retórica marxista de luta de classes permeia todo o documento. Abaixo, alguns trechos selecionados. Mas recomendo um Engov e um Plasil na veia antes:
Precisamos, também, combinar luta institucional, luta social e luta cultural. Recuperar o apoio ativo da maioria da classe trabalhadora, ganhar para nosso lado parte dos setores médios que hoje estão na oposição, dividir e neutralizar a burguesia, isolando e derrotando o grande capital transnacionalfinanceiro. Isso implica abandonar a conciliação de classe com nossos inimigos.
A quarta tarefa é alterar a linha do governo. É plenamente possível derrotar a direita se tivermos para isto a ajuda do governo. É possível derrotar momentaneamente a direita, até mesmo sem a ajuda do governo. Mas é impossível impor uma derrota estratégica à direita, se a ação do governo dividir a esquerda e alimentar a direita. Por isto, o 5º Congresso do PT deve dizer ao governo: que os ricos paguem a conta do ajuste, que as forças democrático-populares ocupem o lugar que lhes cabe no ministério, que a presidenta assuma protagonismo na luta contra a direita, contra o “PIG” e contra a especulação financeira.
O PT precisa exercer mais do que um papel de figurante na luta pela democratização da mídia: deve engajar e orientar seus quadros e militantes a ajudar na construção das mobilizações que os movimentos sociais a duras penas têm construído no país nos últimos anos.
Uma estratégia que reconheça que só é possível continuar melhorando a vida do povo se fizermos reformas estruturais. Que construa as condições políticas para fazer reformas estruturais. Que recoloque o socialismo como objetivo estratégico. Que constate que o grande capital é nosso inimigo estratégico. Que não acredite nos partidos de centro-direita como aliados. Que seja baseada na articulação entre luta social, luta institucional, luta cultural e organização partidária. Que retome a necessidade do partido dirigente e da organização do campo democrático-popular
O centro da questão está em entender que o governo é uma instituição política, não apenas administrativa. Este é, aliás, o único aspecto racional do ataque que a direita faz contra o chamado e mal denominado bolivarianismo.
Em outros governos progressistas e de esquerda latino-americanos, compreende-se claramente que o papel do governo é não apenas administrar, é também liderar politicamente. Já em setores da esquerda brasileira, prevalece uma visão administrativista e tecnocrática.
A experiência histórica, tanto nacional quanto internacional, vem demonstrando que a continuidade do capitalismo implica em sofrimentos cada vez mais intensos e em crises cada vez mais perigosas para a imensa maioria da população de nosso planeta.
Por isto mesmo, o PT não deve temer fazer autocrítica de seus erros publicamente, nem vacilar em punir exemplarmente aqueles dirigentes e militantes que fizeram uso de métodos burgueses de atuação.
fica cada vez mais evidente a incapacidade do sistema capitalista em produzir e distribuir riquezas ao mesmo tempo, inclusive nos períodos de maior crescimento acontecem numa situação de divisão internacional do trabalho, de aumento da exploração da força de trabalho e de aumento da mais valia.
É diante dessas contradições básicas do capitalismo que devemos lutar para transformar o mundo e construir um sistema mais humano e democrático que é o socialismo. Não podemos esperar que o capitalismo desabe pelas suas próprias contradições internas, tampouco que o socialismo ocorra de forma espontânea.
Garantir a elaboração de um novo ciclo de políticas públicas, discutidas no âmbito local, de caráter emancipatório, segundo concepção da educação popular, que permita a emancipação política, social e cultural dos trabalhadores e trabalhadoras – principal sujeito das políticas públicas. Esse formato pode desconstruir gradualmente a lógica consumista capitalista e demais características ideológicas difundidas por esse sistema.
Politicamente, acumulamos muito na América Latina e Caribe, precisamos avançar economicamente no sentido de fortalecer o Mercado Comum do Sul 9 (MERCOSUL) e a União de Nações Sul-Americanas (UNASUL).
Os constantes e virulentos ataques dos setores mais conservadores da direita brasileira ao Foro de São Paulo, demonstram o quão subversiva e fundamental é a ideia do internacionalismo, e portanto deve ser parte estruturante do nosso projeto de sociedade.
O sentimento “anti petista” disseminado no processo eleitoral é uma resposta direta às ações políticas de inclusão social e elevação da qualidade de vida que nossos governos vêm promovendo no país. Ele é fruto de um tradicional pensamento conservador.
É visível que a direita tem a oportunidade de uma real ascensão, e portanto é nossa tarefa enquanto partido político ter a capacidade de fazer a leitura da conjuntura, enfrentar o conservadorismo, radicalizar a pauta de esquerda e recolocar o socialismo democrático como perspectiva concreta.
Sei que parece algo escrito por um débil mental preso nos tempos da Guerra Fria, e do lado errado, mas o fato mais lamentável é que o documento encontra amplo apoio dentro do PT como um todo, inclusive do alto escalão. Podemos ver seu presidente Rui Falcão proferindo tais palavras idiotas sem a menor dificuldade.
Em vez de o PT aprender com a história e seus próprios erros, ele, feito um asinino obstinado, redobra os esforços na direção equivocada. O partido chama de “burguês” os bandidos? Então quer dizer que Vaccari, se ficarem comprovadas as acusações, se aburguesou? Dirceu e Genoino, que já foram presos por corrupção, são “capitalistas burgueses”? Mas porque o PT continua os idolatrando então?
Tudo isso poderia ser uma grande piada, mas é uma tragédia. Afinal, esse partido está no poder há 12 anos, e quer mesmo implantar no Brasil o modelo bolivariano. Nossa sorte é que não conseguirão. A preocupação maior dos petistas agora não deve ser com o capitalismo burguês, mas com a polícia, pois muitos vão acabar, pelo visto, atrás das grades.
Rodrigo Constantino
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS
Deixe sua opinião