Em uma escola de Wyoming, a Jackson Hole High School, uma prova de múltipla escolha sobre o livro A revolução dos bichos, de George Orwell, continha entre as opções de resposta para a questão de em que ocasião o porco Napoleão usou sua arma essa alternativa: “atirando em Trump”.
A professora de inglês, Carin Aufderheide, achou interessante oferecer aos alunos esta opção, a primeira, aos seus alunos:
A resposta certa, de acordo com o livro, não é esta, naturalmente, até porque não existe personagem algum chamado Trump na trama. Mas certamente era esse o desejo da professora, ao incluir essa opção.
O pai de um dos alunos, revoltado, acusou a escola de “viés esquerdista”. “Eu tive que ler a questão duas vezes”, disse Jim McCollum. “Eu estava assim: você está brincando comigo?!”, desabafou, incrédulo.
McCollum disse ao jornal que é conservador e votou no republicano, apesar de não acreditar em tudo que ele diz. Ainda assim, colocar essa opção entre as alternativas foi algo totalmente despropositado.
Ele acrescentou que a situação fica ainda pior quando levamos em conta o clima de divisão em que o país se encontra. Para ele, tal viés esquerdista permeia várias outras aulas, e deixa seu filho e outros filhos de conservadores se sentindo “por fora”, como outcasts, afetando sua capacidade de aprendizagem.
O filho contou para o pai que seus professores ridicularizam tudo aquilo em que ele acredita. Seu filho é bastante patriota, diz o pai, e defende os militares da nação. Ele inclusive planeja se juntar aos Marines.
O pai tornou público o caso para gerar reflexão. Ele diz não desejar punição à professora, e reconhece que já fez coisas “estúpidas” em sua vida. O filho gosta da professora, apesar das diferenças ideológicas, e por isso ficou bastante triste e desapontado com tudo.
A escolha admitiu a questão, e o distrito responsável por ela considerou “inapropriado” a professora ter incluído Trump na prova dessa forma. Houve um pedido formal de desculpas.
Já a professora deveria reler o clássico de Orwell, e refletir se não está agindo como o ditador Napoleão, para quem “todos são iguais, mas alguns mais iguais do que os outros”. Será que a turma acharia normal colocar Obama como possível alvo do disparo do porco assassino?
Rodrigo Constantino
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