O jornal GLOBO hoje traz uma grande reportagem sobre o método “single sex”, que divide meninos de meninas nas escolas. Toma como base a experiência numa escola da Barra, no Rio:
Na hora do recreio, 15 minutos são suficientes para que os meninos liberem toda a energia que seus corpos precisam gastar. Entre as meninas, no entanto, este é o tempo que se leva para se debater a brincadeira ideal, e por isso o intervalo é de meia hora. Esta é a rotina no Colégio Porto Real, na Barra, para as duas turmas do 1º ano do ensino fundamental. Meninos e meninas estudam e se divertem separadamente, de acordo com os preceitos do método conhecido como single sex. No Porto Real, a prática é adotada como parte da Educação Personalizada, desenvolvida pelo espanhol Victor García Hoz nos anos 1960. Segundo esse modelo pedagógico, cada criança tem um ritmo de desenvolvimento que deve ser levado em consideração no ambiente acadêmico.
Segundo Adrianna Abreu, diretora do ensino fundamental feminino e uma das fundadoras da escola, durante a educação infantil, há pouca distinção entre os sexos em termos de aprendizado. Mas em torno dos 6 anos, o cérebro de meninas e meninos começa a se distinguir do ponto de vista biológico, o que os leva a aprender de formas diferentes. De acordo com o modelo de Hoz, estudando em turmas separadas, cada grupo alcança seu potencial máximo e tem melhor aproveitamento, pois a divisão evita a frustração que uma criança pode sentir caso se julgue inapta para aprender determinada matéria simplesmente por não estar preparada para isso ou não ter recebido o ensinamento de forma adequada para ela.
A filosofia abarca a escolha dos mestres. As aulas para a turma masculina são dadas por um homem, enquanto uma professora é responsável pela turma de garotas. Em ambas as salas, trabalha-se o mesmo material, porém com temas que se acredita serem mais agradáveis a cada universo.
— Meninas, em termos afetivos, amadurecem muito antes dos meninos, o que inclui as áreas do cérebro responsáveis pela leitura e pela escrita. Já o cérebro masculino nesta fase está pronto para a questão da ciência, mas não da escrita — sustenta Adrianna.
Ricardo Almeida, de 33 anos, professor do fundamental, começou a dar aulas no Porto Real em fevereiro do ano passado, quando o colégio só oferecia educação infantil. Teve a primeira experiência com uma turma exclusivamente masculina a partir deste ano, quando o novo segmento foi implantado na escola. Almeida afirma que a conexão estabelecida entre ele e a turma traz um entendimento maior dos pontos fracos ou fortes dos alunos.
— No futebol, os meninos vão se machucar, se resolver entre eles, e isso acontece um pouco também em sala de aula. Eles não sentem falta das meninas, até porque o colégio é só uma parte da vida deles. E, por estarem apenas entre meninos, muitos têm desempenho melhor do que teriam em turmas mistas; não sentem vergonha de declamar uma poesia, por exemplo. E, quando o menino não está com a menina todo dia no ambiente competitivo, acaba tratando-a muito mais cordialmente depois — defende.
E então? Isso é certo ou errado? Bom ou ruim? Não sei ao certo, mas digo que, num mundo em que a “ideologia de gênero” tem sido enfiada goela abaixo das pessoas pela elite poderosa, e que “intelectuais” começam a falar em “alunx”, como se gênero fosse totalmente uma construção social e a biologia não servisse para nada ou sequer existisse, acho saudável que ao menos alguém lembre que menino é menino, e menina, menina, com suas diferenças inatas.
Claro, falar que as meninas amadurecem antes, como foi dito e com o que estou de acordo, é mais palatável para o mundo pós-moderno das feministas do que afirmar, por exemplo, que os homens talvez tenham vantagens em áreas de exatas, como a matemática, o que foi dito por Larry Summers, o então reitor de Harvard, e lhe custou o emprego. Dane-se os dados empíricos, a ciência, pois nada pode estar acima da ideologia dos ultra-sensíveis “progressistas”.
Sobre a divisão por sexo nas escolas, vale lembrar que o prestigiado Colégio São Bento, sempre líder no país, tinha apenas meninos como alunos. Pode ser o melhor, pode não ser. Como disse, mantenho a mente aberta a dúvidas. Mas felicito quem lembra que os sexos são diferentes, que não se trata apenas de “construção social”, que não basta “achar” ou se “sentir” de um sexo para sê-lo, e que isso não precisa ser motivo de recalque feminista ou qualquer complexo da “ausência do falo”.
Homens e mulheres são complementares, felizmente! Não existe uma “guerra dos sexos”, uma luta de classes marxista transportada para a vida sexual. Isso é coisa de recalcada. O que existe são inclinações naturais distintas, que se mostraram ao longo do tempo vantajosas para nossa espécie. Instintos diferentes, como o da maternidade, que só feminista na nossa espécie consegue atacar mesmo, já que basta observar a natureza para ver como as fêmeas mamíferas e de outras espécies protegem naturalmente sua cria.
Esse breve vídeo da BBC mostra como os macacos já apresentam preferências diferentes sem nenhum tipo de “construção social” de uma sociedade patriarcal machista dominada pelo malvado homem branco ocidental judeu ou cristão (o inimigo número um dos movimentos de “minorias”).
Enquanto os machos preferem brincadeiras com mais energia e violência, as fêmeas normalmente preferem brincar de casinha e mamãe. Nada errado aqui. E não basta pegar alguns casos isolados para derrubar a tese: uma andorinha só não faz verão e toda regra tem sua exceção. Mas não dá para tomar o estranho como norma, não é mesmo? E o normal é macho e fêmea agirem de forma diferente com base em características naturais. Vale para os homo sapiens sapiens também. Ainda bem!
Rodrigo Constantino