Já escrevi dois textos sobre os problemas com o eSocial, que atormentou a vida dos brasileiros nesses últimos dias. Mas é pouco para o tamanho do problema. É preciso no mínimo mais um texto sobre o assunto. Então, lá vai.
O editorial do GLOBO resumiu a postura do governo como incompetente e arrogante, e é exatamente essa combinação explosiva que melhor define o PT como um todo. O caso do transtorno com o cadastro das empregadas domésticas é apenas um resume perfeito da era lulopetista. Diz o jornal:
Há figuras de linguagem que são chavões, desgastados pelo uso. Como afirmar que uma determinada imagem “vale mais que mil palavras”. Cabe, porém, recorrer ao artifício para registrar que a confusão criada pelo governo federal com o incompetente lançamento do sistema eletrônico de emissão de guia para o recolhimento do FGTS e encargos cobrados sobre o rendimento do empregado doméstico vale mais do que teses de doutorado acerca da opressão exercida sobre a sociedade por um Estado obeso, caro e inoperante.
[…]
Além do tamanho e custo do Estado, há o agravante de uma cultura da impunidade, porque os servidores, estáveis, nunca são avaliados pelo mérito. Por isso, têm a reação arrogante de aconselhar as pessoas que não conseguem emitir a tal guia a “tentar de madrugada”. Ora, a burocracia pública que trate de resolver o problema que ela mesma criou.
Mas é pedir demais a um aparato que absorve 40% do PIB, gasta mais do que deveria e ostenta enorme incompetência sem risco de punição.
O jornal menciona a vergonhosa colocação do Brasil no relatório “Doing Business”, também citado por Carlos Alberto Sardenberg, que falou do mesmo assunto em sua coluna de hoje:
É costume. Desânimo também. Tantos anos sendo maltratado, e o cidadão-contribuinte como que perdeu a esperança e o ânimo de reclamar. Vai pacificamente para a fila do hospital, espera no INSS, fica horas na frente do computador tentando emitir a tal guia. Quando é atendido agradece. Claro, deve mesmo, por educação, ser gentil e agradecer ao funcionário, mas, gente, é este que está ali cumprindo sua obrigação.
A repartição tem de ser amigável com o cidadão. O funcionário é empregado do cidadão. Se o serviço público não funciona, não se pode passar a responsabilidade para as pessoas, como fazem: Volte amanhã. Tente de novo. Você precisa de melhores computadores.
Do lado lá deles, por vários dias, ninguém pediu desculpas, ninguém se demitiu, ninguém caiu pelos erros ou omissões. E ainda ameaçaram: o prazo não seria prorrogado. Não emitiu a guia, toma multa.
A incompetência do estado brasileiro não é novidade nem cria do PT, ainda que o partido tenha conseguido a façanha de aumentá-la bastante. Mas a postura extremamente arrogante mesmo diante de tanta incompetência sim, é algo que tem no PT seu DNA. Se o sujeito é incompetente, mas ao menos pede desculpas, demonstra humildade, vontade de melhorar, a gente pode até se esforçar para ser compreensivo.
Mas quando tanta incompetência, que ferra com a vida do cidadão, é respondida com empáfia, com arrogância, como se os empregados fossemos nós e não eles, quando ninguém é responsabilizado, punido, quando o governo se julga no direito de simplesmente nos mandar calar a boca e voltar depois, aí é porque está tudo errado no país mesmo.
E basta ver a postura de Dilma e de Lula nessa enorme crise que eles geraram para se ter certeza de que o mau exemplo vem de cima, do comando mesmo. Dilma, para ensaiar um pedido de desculpas pelo visível estelionato eleitoral, leva meses e o esboço sai terrível, com uma fala de que “pode” ter cometido alguns equívocos, “mas” que o problema mesmo vem de fora.
Os petistas são assim: incompetentes e arrogantes. E essa postura contaminou quase todo o serviço público. É uma gente medíocre que se considera acima das leis, de todos nós, e que nunca são punidos pelo estrago que causam em nossas vidas. Até quando?
Rodrigo Constantino
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