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Por Pedro Henrique Alves, publicado pelo Instituto Liberal

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Direita e esquerda, historicamente, não possuem passados lá muito vistosos; na história política do século XX, esquerda e direita não foram muito generosas com a democracia e com a humanidade num geral. E, justamente por isso, antes de se autodenominar em algum desses espectros políticos, as pessoas devem estar muito bem resolvidas com as suas ideias e convictas de que não serão guiadas como gados por quaisquer meios de manipulação.

Pois bem, mas não voemos alto e nem refaçamos a história do século XX, vamos colocar os pés no Brasil. O Brasil, pós Ditadura Militar, sentenciou que a esquerda é a salvadora da pátria, que ele é idônea e irrevogavelmente moral; além disso, declarou solenemente que tudo que venha a se aproximar de um conservadorismo moral ou de liberalismo econômico deve ser prontamente condenado e rechaçado como um mal em si. Tal mentalidade se maturou sem demora nas academias de ensino e logo passou para a vida política e social.

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Pautada num estudo político de bordel, definiram nebulosamente o que era direita e esquerda; fizeram isso de maneira tão questionável que, por vezes, o PSDB se torna “de direita” para alguns aqui nessa nação. No Brasil, nos quarteis generais da esquerda: universidades, diretórios acadêmicos, partidos e bancadas políticas, ser de direita é inadmissível e um pecado imperdoável.

Nós, comunicadores, não devemos nos furtar da responsabilidade de mostrar os fatos tal como eles são, independentemente do que os fatos apresentem. Meus gostos políticos, morais, religiosos e até mesmo sexuais, não fazem com que o amarelo deixe de ser amarelo porque essa cor ofende minhas opções pessoais. Se Pinochet matou em nome de um conservadorismo parvo, então esse é o fato, e esse fato independe da minha simpatia pelo conservadorismo; se a Venezuela, hoje, é uma ditadura comunista e se Nicolás Maduro mata seu povo para controlá-lo, então eis aí o fato, e ele independe da minha simpatia pelo marxismo e pelo socialismo bolivariano. O fato que hoje se apresenta no Brasil — e que a mídia tradicional tenta ignorar num esforço quase que esdrúxulo — é que a esquerda brasileira, em sua base ativista, não é minimamente democrática, ao contrário, se nutre numa mentalidade ditatorial desde sua realidade mais tenra.

Na UFPE, a mesma universidade onde militantes esquerdistas destruíram a sala de um docente que “ousou” se declarar conservador — o professor Rodrigo Jungmann —, foi palco de mais uma demonstração da dita “democracia socialista”. No caso do professor Jungmann, a esquerda agiu destruindo a sua sala e roubando os seus livros, além de deixar uma mensagem democrática em sua parede: “Stálin matou pouco”; a esquerda da UFPE mostrou, novamente, que a dita “democracia esquerdista” é apenas uma parlenga qualquer que eles utilizam para massagear suas libidos de intelectualoides. Agora o alvo foi a apresentação do documentário do cineasta Josias Teófilo, O jardim das aflições, um longa sobre a vida e obra do filósofo conservador, Olavo de Carvalho. Tudo começou com o fim do documentário, a esquerda militante, imbuída da missão de não deixar que os participantes da apresentação saíssem do local, fecharam a saída da universidade e começaram a provocar os que ali foram para a assistir o documentário. Com gritos de: “1, 2, 3, 4, 5, mil, lugar de fascista é na ponta do fuzil”, “fascistas não passarão”, impediram que todos aqueles que tinham ido ao cine-debate fossem embora.

Aí vocês, com justiça, poderão me questionar: mas como você sabe que foi a esquerda que tumultuou e não a direita? Bom, me deterei aos relatos do próprio esquerdista — identificado como Gustavo — que, no vídeo que mostra o início da confusão, parte para agredir um rapaz que usava uma camisa do Deputado Federal Jair Messias Bolsonaro. Ao ser questionado sobre o porquê da agressão, prontamente ele respondeu: “eu empurrei ele porque ele estava exibindo a camisa do Bolsonaro e isso é inadmissível aqui nessa Universidade”. Além disso, o vídeo em si mostra com detalhes o ocorrido, bastando o mínimo de capacidade mental para interpretar o que alí ocorreu. As agressões vieram de ambos os lados, e o crime que alí existiu, segundo a esquerda, foi a apresentação de um documentário filosófico. A esquerda precisa apenas da própria língua para demonstrar suas jacobices.

Essa mesma esquerda que através do “#342Artes: contra a censura e difamação” se mobiliza — teoricamente — contra qualquer tipo de censura, é a mesma esquerda que apoia ou se emudece quando seus ativistas tentam censurar a exibição — em uma Universidade Federal — de um conteúdo filosófico de um intelectual conservador brasileiro. Essa é mesma esquerda que, aliás, pede a censura do filme do Danilo Gentili, é a mesma que se horrorizou quando a população se colocou contra a mostra cultural que exibia zoofilia às crianças e adolescentes das escolas públicas, a mesma esquerda que viu censura no manifesto popular contra um homem nu na frente de uma criança de 5 anos.

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Veja, o meu ponto, hoje, sequer é apontar as contradições da esquerda, pois isso já o fiz em dezenas de artigos, o que eu venho pedir é sinceridade no trato jornalístico e opinativo desses temas. Vamos parar com essa balela verdadeiramente burra de “esquerda democrática”, a esquerda nacional está mostrando uma mentalidade profundamente ditatorial há muito tempo já. A ela é permitido bater, quebrar, censurar, processar, destruir carreiras e outras coisas mais, tudo isso em nome de uma “democracia” que ninguém conhece, em nome de uma tolerância que ninguém vê; “democracia” e “tolerância”, no Brasil, tornaram-se termos que autorizam tudo, até mesmo a mentalidade ditatorial e a barbárie. Paremos de nos iludir.

A mídia tem que começar a mostrar a realidade dos fatos e parar de fingir que não existe uma esquerda que simplesmente quer tomar para si o monopólio do que é certo e errado; é preciso dizer que a esquerda brasileira está se mostrando profundamente tirânica, e isso não é possível esconder mais. Vídeos, relatos, e denúncias se acumulam nesse sentido, e nós estamos a fingir — dia e noite — que tais fatos não existem. Não estou dizendo que a direita é santa, imaculada, mas, atualmente, sejamos sinceros, olhemos a nossa volta, quem possui a ação cultural, acadêmica e juridicamente ditatorial no país? Os conservadores? Os liberais?

Não querem democracia, paremos com esse papo. Se queremos uma sociedade de homens íntegros e sinceros, comecemos isso agora mesmo, com os nossos próprios relatos, com textos e declarações não enviesadas. A esquerda brasileira, principalmente nas universidades, vive do mito marxista da democracia através da ditadura — primeiro a ditadura do proletariado e depois a democracia comunista.

Quanto antes cortarmos essa balela  de “esquerda militante-democrática”, mais cedo conseguiremos vislumbrar uma realidade política sem enfeites e embrulhos; enfeites e embrulhos que nada fazem senão esconder a realidade atrás de palavrórios e sentimentalismos hipócritas. Podem dizer que eu estou generalizando, e, de fato, corro tal risco; é o risco de se escrever sobre as massas, entretanto não posso me acovardar por medo de generalizações ou por medo de julgamentos — irão fazê-lo de qualquer forma.

O fato é que quando olho ao meu redor o que eu vejo são duas esquerdas: a que atua tiranicamente e a que não atua de maneira radical; mas essa última, apesar de não atuar no modus operandi radical, se silencia e até aplaude de maneira discreta os tiranos. Quem, afinal, é o assassino, aquele que influencia e apoia o indivíduo a puxar o gatilho ou aquele que efetivamente puxa o gatilho? Me parece que não há inocência e nem idoneidade em nenhum dos casos.

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Eu verdadeiramente — e sem hipocrisias — acredito que seja necessária uma esquerda viva para que a democracia se faça real num país, mas se essa esquerda — ou direita — se mostra antidemocrática, o seu desmascaramento deve ser imediato e suas atitudes radicais rapidamente rechaçadas. Já não bastou um século de tragédias políticas à direita e à esquerda para percebermos que tais radicalismos, doutrinações e fanatismos políticos acumularam milhões de corpos inocentes nas valas das vergonhas humanas?

A tirania política é análoga a um louco que caminha com um isqueiro próximo a um botijão de gás; para a tragédia acontecer basta somente a soma da intenção inconsequente do louco e a abertura do registro do gás. No Brasil nós temos vários loucos incendiários e muitas mídias, universidades, artistas, professores e políticos dispostos a abrir o registro.