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A esquerda inflacionista perdeu a vergonha na cara e já pede inflação como saída para o corte de gastos
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É um espanto! Aprendemos com a História que a esquerda jamais aprende com a História. A turma pode apanhar cem, mil vezes dos fatos, que não vai abandonar as teorias. E hoje temos uma prova escancarada disso. Marcelo Coelho, um “isentão” de esquerda, membro do Conselho Editorial da Folha, publica um artigo em que não mais esconde a intenção. Ela é alardeada sem rodeios, sem timidez. Ela é a inflação:

Não sou bom de contas. Digamos que essa possibilidade seja real. Um amigo, sabendo de meu desinteresse, resolveu cortar caminho na argumentação.

“Claro que reformar a Previdência é necessário”, disse. “Ou você acha que Michel Temer inventou isso só porque gosta de ser malvado?”

Espreme daqui, espreme dali, outro especialista se lembrou de outra saída clássica para o problema das contas do governo.

É a inflação, claro.

Se você deixar os preços subirem, e mantiver o salário mínimo sem reajuste por um tempo —e junto com isso as aposentadorias—, a diminuição dos gastos com a Previdência ocorreria, sem que você tenha de votar uma mudança radical nas regras em vigor. Repito, não tenho competência para saber se as contas fecham com isso, e quanto de inflação teria de haver.

O interessante, do meu ponto de vista, é que nem se fale da possibilidade de inflação. Menciona-se a alternativa do aumento de impostos —-apenas para rejeitá-la em seguida. Da inflação, nem isso; nem mais como ameaça a palavra serve.

É quase como se estivéssemos tratando do impensável, do inominado, do tabu. O tema está excluído até da visão mais catastrofista. Desapareceu do horizonte.

Dica ao autor: cuidado com os tabus! É bem possível que eles existam por algum motivo, talvez insondável aos mais leigos. Por que será que a inflação não é considerada uma solução aceitável no círculo de economistas sérios? Coelho assume não ser bom de contas. Deveria levar adiante essa humildade e não propor besteira no jornal de maior circulação do país. Deveria não bancar o estúpido, o ignorante arrogante.

João Luiz Mauad, colaborador do Instituto Liberal, comentou sobre o texto:

A esquerda perdeu a vergonha de vez. Este senhor, Marcelo Coelho, defende, descaradamente, a utilização da inflação como forma de resolver os problemas fiscais do governo, principalmente o problema previdenciário. Em outras palavras, ele defende a emissão de dinheiro pelo governo para pagar suas despesas, ao invés de cobrar impostos ou emitir dívida.

O que ele não diz é que a inflação, sem meias palavras, é roubo. Quando o governo aumenta o estoque de moeda, a poupança e o poder de compra dos indivíduos são corroídos de forma inexorável. Com a agravante de que, por terem menos mecanismos de defesa (aquisição de ativos mobiliários ou imobiliários, aplicações financeiras, etc), os pobres são os mais prejudicados com esse tipo de política.

Ademais, será que o preclaro analista, que inclusive é membro do Conselho Editorial da FSP, não percebe que, se a solução da inflação fosse boa, todos os governos do mundo já a teriam utilizado ou estariam utilizando? Afinal, que político não gostaria de poder gastar a vontade, sem medo de ser feliz?

É cada uma que até Deus duvida…

Por que o corte de gastos é impopular? Porque atinge grupos organizados de interesses. Por que aumento de imposto é impopular? Porque prejudica toda a população trabalhadora. A saída certa parece óbvia: ter a coragem de enfrentar os grupos organizados e cortar privilégios. Mas ao menos a saída por mais impostos, que é inaceitável, exige do governo a disposição de enfrentar a revolta popular.

Já a inflação é a “saída” dos covardes e dos safados, pois cria um imposto disfarçado, escondido do povo, e que pune de forma desproporcional os mais pobres, que não podem se proteger dele. E quem propõe essa “alternativa” é um esquerdista, claro, alguém que coloca os mais pobres em primeiro lugar… ao menos nos discursos.

O Brasil derrotou a hiperinflação a duras penas, graças ao Plano Real (que a extrema-esquerda combateu). Vem aí um filme sobre isso, para refrescar a memória dos esquecidos. Com o PT e a gastança irresponsável do governo, quase tivemos a volta do dragão. A inflação foi para cima de 10% ao ano mesmo com recessão! E agora, que o governo precisa finalmente enfrentar a raiz do problema, os gastos públicos descontrolados, já surgem os “especialistas” para falar em mais inflação como caminho alternativo.

Marcelo Coelho pode ser leigo em economia, mas não faltam “economistas” para concordar com ele. Basta perguntar na Unicamp. Basta pedir a opinião bem ao lado, na coluna da Folha mesmo, a alguém como Laura Carvalho. O que não falta no Brasil é gente “heterodoxa” para oferecer tudo que é “solução”, menos a única que serve: reduzir drasticamente o tamanho do governo.

Rodrigo Constantino

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