Há uma esquerda mais moderna, civilizada, que não cospe no capitalismo, no mercado. Ela tenta se vender como liberal, mas na verdade é “progressista”, abraça bandeiras “descoladas” no campo dos costumes, leva a sério paranoia ambiental, ideologia de gênero e outras coisas do tipo.
Ao menos não detona o sistema capitalista. É o caso dos tucanos social-democratas, por exemplo, ou de Luciano Huck, que se move de olho em 2022, e se reuniu com Marcos Lisboa no Insper recentemente, segundo fontes.
Mas há, também, a esquerda jurássica, petista, socialista, que vive aprisionada nos tempos da Guerra Fria, e não suporta o fato de que seu lado perdeu. É uma turma radical, que ainda abraça baboseiras como “luta de classes” e outras ideias marxistas.
Às vezes esses dinossauros se pintam com cores modernas também, mas a essência ultrapassada permanece visível. Mesmo que a forma seja moderada, o conteúdo é extremista, cheira a naftalina. E vou dar dois exemplos hoje.
Um deles é velho conhecido, e fazia tempo que eu não dedicava alguma atenção para suas colunas. Era falta de Plasil no meu estoque. Com remédio renovado, fui encarar a coluna de Verissimo hoje no GLOBO. Tive que dobrar a dose.
O “simpático” socialista usa novo livro do esquerdista Piketty para detonar o capitalismo, que nos levará, profetiza, a um desastre. Marxista aguardam essa tragédia há pelo menos um século. O socialista vibra com a receita apresentada no livro:
O novo Piketty foi publicado, por enquanto, só na França. Sairá em inglês em março. Sua mensagem é a mesma do outro livro: o capitalismo, do jeito que vai, caminha pra um desastre. Como evitar o desastre? Taxar mais os mais ricos. Mudar as leis de sucessão que só favorecem fortunas herdadas etc. Piketty não é comunista. Se declara um social-democrata no modelo europeu, só disposto a levar o social e o democrático um pouco mais longe. Um bom exemplo.
Social-democrata, mas quer taxar os “ricos” (leia-se classe média) em nome da igualdade? E é aplaudido por marxistas? Sei…
O outro caso é o “encantador de asnos”, cujo apelido no mercado financeiro era “fanfa”, de fanfarrão. Eduardo Moreira vem ladeira abaixo faz algum tempo, flertando cada vez mais com a esquerda radical, petista mesmo.
Aproximou-se de Ciro Gomes, o nacional-desenvolvimentista, mas não se deu por satisfeito. Precisava ir à raiz do extremismo, descer mais fundo no poço, e depois abrir o alçapão e cair mais ainda. Foi o que fez, ao se encontrar com Belluzzo em frente à prisão onde se encontra o bandido Lula:
O sujeito só pode estar de olho no nicho jurássico da política, demonstrando todo seu oportunismo eleitoral. E o espantoso é que figuras como Belluzzo ainda tenham seguidores! Ninguém vai cobrar explicações sobre o fracasso dilmista, claro. O socialismo é mesmo uma seita ideológica, uma espécie de religião secular.
Não importa quantas experiências comprovem aquilo que as boas teorias já mostravam, que o socialismo é um retumbante fracasso: sempre haverá crentes dispostos a ignorar os fatos e a lógica para ficar com a fé.
E figuras como Verissimo e Moreira exploram isso, claro. Sabem que os dinossauros políticos jamais serão extintos, não importa quantos meteoros caiam sobre seus experimentos sociais. Vamos taxar os ricos! O capitalismo vai nos levar a um desastre! A escatologia apocalíptica e a inveja alimentam a seita. E sempre haverá asnos prontos para se encantar com a baboseira…
Rodrigo Constantino
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