O caso do ator de “Empire” Jussie Smollett é tão ilustrativo, sobre tantos pontos de vista do que há de errado com a esquerda, que seria possível escrever uns dez textos sobre ele, cada um com enfoque diferente. E talvez eu o faça mesmo, já que quase ninguém mais na mídia brasileira comenta o episódio, por motivos óbvios: expõe muita coisa ruim dos “progressistas”.
O foco aqui vai ser mostrar o grau de monstruosidade dos democratas, tomando como base a reação de Kamala Harris, uma das pré-candidatas do Partido Democrata para 2020. A forma como ela reagiu foi, aliás, o padrão dentro da esquerda, por isso é tão sintomática.
A primeira resposta foi mergulhar de cabeça na narrativa da suposta vítima de agressão, uma vez que era um negro gay se dizendo atacado por simpatizantes de Trump. Imediatamente, sem cobrar qualquer prova, sem fazer qualquer pergunta difícil, sem enxergar vários buracos no relato do ator, Harris se disse indignada, enojada, revoltada com o caso, que provava, segundo ela, como a América está racista e preconceituosa, especialmente sob Trump.
Uma vez que ficou claro que poderia se tratar de um “hoax”, houve um recuo por parte da política. Agora era importante exigir provas, não comentar nada até que ficasse claro o que tinha acontecido. Não podemos tirar conclusões precipitadas, alegou para se esquivar dos jornalistas. Ou seja, quando o cheiro de farsa subiu e ficou insuportável, só aí a esquerdista fez aquilo que deveria ter feito desde o começo: adotou uma postura cautelosa, a mesma que, antes, era indício de racismo e preconceito.
Pois bem: a polícia se manifestou, tudo foi fraude mesmo, o sujeito foi preso, e o secretário da polícia, um homem negro, diga-se, sentou o pau na mídia e nos políticos que fizeram sensacionalismo com o episódio. E Kamala Harris não pode mais fugir. Precisa se manifestar. O que diz então? Ela se disse “triste, frustrada e desapontada”. Triste? Estaria mais feliz, portanto, se o caso fosse verdadeiro?
E o que isso diz sobre a esquerda? Imagine a situação inversa: um homem branco cristão relata que foi espancado e humilhado por dois negros gays. Aí fica claro que foi tudo uma mentira. E um político republicano aparece e se diz “triste, frustrado e desapontado”. Qual seria a reação da imprensa? O que pensariam dele?
A patologia antiamericana e anti-Trump da esquerda chegou a um patamar tão absurdo que os democratas nem conseguem mais comemorar o fato de que a agressão não ocorreu! Preferiam que fosse verdade, para pintar a América com cores racistas. Desejam tanto encaixar a realidade em sua narrativa ideológica, tal como Procusto fazia com suas vítimas em sua famosa cama, que cortam qualquer sensibilidade em nome da política.
Qualquer pessoa razoável deveria ficar feliz, não triste, com tudo ter se mostrado uma farsa. Afinal, é melhor saber que há um mentiroso safado e oportunista a mais no mundo do que dois agressores preconceituosos e racistas, não? A consequência lógica da fala de Kamala Harris é que ela estaria contente se o episódio fosse verdadeiro, o que é monstruoso, simplesmente monstruoso.
Além disso, a esquerda, com ajuda da grande imprensa, já preparou a nova narrativa: o caso é triste porque agora a direita preconceituosa vai usa-lo para “negar” todas as próximas denúncias de agressão racista. Ou seja, os conservadores vão, segundo a esquerda, puxar da cartola o mentiroso Smollett sempre que alguém se dizer vítima de agressores preconceituosos.
Mas isso é uma tremenda bobagem! O que não só conservadores, mas qualquer pessoa sensata fez nesse caso e deve fazer em todos os outros é cobrar maiores explicações e agir com cautela até que os fatos sejam esclarecidos. Ou seja, não devemos tomar a palavra de ninguém como verdade absoluta. Por isso exigimos provas e evidências, e desconfiamos de relatos suspeitos e furados. Não tem nada a ver com cor ou inclinação sexual…
Mulheres mentem, homens mentem, gays mentem, heterossexuais mentem, negros mentem e brancos mentem. Seres humanos mentem! E há um agravante: a mentalidade esquerdista de vitimização tem gerado incentivos perversos para que mais “vítimas” apareçam.
O ator medíocre queria mais dinheiro, como ficou claro. Ele sabia que ser vítima de um ataque racista aumentaria seu “valor de mercado”, justamente por conta dos “progressistas”, assim como sabia que haveria uma predisposição para acreditarem nele. Justamente porque o vitimismo está em alta. O esquerdismo gera incentivos para mais mentiras.
Já tem gente, mesmo depois de a verdade vir à tona, aliviando a barra do ator. Como assim?! Sua mentira poderia ter levado para prisão inocentes, pois certamente se a polícia tivesse encontrado dois brancos “suspeitos” perto do local, estariam presos até agora, tentando provar inocência. Sua farsa desviou milhares de dólares em trabalho da polícia de Chicago, de forma desnecessária. Ele merece uns bons anos de prisão!
Até porque é preciso reverter esse incentivo perverso de hoje, criado pela esquerda. Os mentirosos, que enxergam oportunidades macabras no vitimismo, precisam saber que a punição se forem pegos na mentira será bastante dura. A América não é uma nação racista e terrível como os “progressistas” pintam. Mas é, sim, um país que ainda tem relativo império das leis. E isso é ótimo!
Rodrigo Constantino
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