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Era inevitável. A esquerda “progressista” vem há anos investindo pesado na narrativa de segregação com base em raça e inclinação sexual, com uma politização de tudo em nossas vidas. Diante de um desfile de moda, lá vinha a esquerda perguntar: quantas modelos representam as minorias? No Congresso, a esquerda apontava: quantos são de minorias? Nas empresas, nas universidades, em todo canto, a mesma questão: e as minorias?

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Para quem tem somente um martelo, tudo se parece com prego. A esquerda passou a ter apenas um martelo: o das minorias. E essa política de identidade se espalharia para tudo, tudo mesmo. Nos filmes, nas novelas, tudo teria que preencher cotas de minorias. O indivíduo desaparece, a meritocracia some do mapa, e só restam grupos de identidade, coletivos.

Mas claro que essa obsessão seria seletiva e hipócrita. E depois de tanta campanha, de tanta propaganda, a direita, cansada de ser acusada do que não é, de ser tratada como racista onde não há racismo algum, de ser rotulada de preconceituosa onde não existe preconceito, iria reagir. Era apenas natural. Com o tempo, a turma passou a cobrar dos “progressistas” com base no mesmo critério, ou seja, “put your money where your mouth is”, em linguagem de mercado financeiro.

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A CartaCapital, revista que representa essa esquerda radical, que tem várias reportagens sobre a presença reduzida de negros nas empresas, publicava uma foto com seus funcionários, e lá só se via elite branca? Toma, cambada de hipócritas!

Marcelo Freixo e Greg, a dupla da esquerda caviar que fala em nome das minorias, posta fotinho na praia onde o único negro que pode ser avistado é um sujeito lá no fundo, fora da patota global? Toma, cambada de hipócritas!

E a mais nova vítima do ataque, que cobra coerência da turma, foi Fátima Bernardes, que postou uma foto caseira com seus filhos curtindo com amigos, mas não escapou da observação dos que cansaram de apanhar dos “progressistas”: onde está o negro? A questão virou “polêmica” para a CatracaLivre, que tenta substituir a CartaCapital como ícone da esquerda:

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É errado não ter minorias nessa foto? Claro que não! São os amigos dos filhos da apresentadora, e eles são amigos que quem eles quiserem. Mas foi gente como a própria Fátima Bernardes que ajudou a alimentar esse monstro que agora vem devorá-la, que vem usar a linguagem dos “progressistas” para só enxergar grupos de identidade, não mais indivíduos, e para cobrar uma espécie de tom degradê em toda formação, já que as minorias devem estar sempre representadas.

Vocês precisam parar e refletir sobre o que estão fazendo, galera do Projaquistão! Enquanto ainda é tempo – se é que já não passou desse ponto. O discursinho em prol das minorias é bonitinho para seduzir elite culpada, para render alguns likes ou votos, mas não ajuda as próprias minorias, pois dilui o indivíduo em meio a um grupo monolítico em que somente uma de suas tantas características importa – e nem de perto a mais relevante.

Em tempos de redes sociais, o Big Brother é total: uma foto pessoal, de curtição dos filhos em casa com seus amigos, vira alvo de ataque político. Mas não pensem que a culpa é da direita. Não! Ela está apenas reagindo ao que a própria esquerda plantou, e vem usando e abusando há anos. Se tudo é politizado, a privacidade individual desaparece. Era o que liberais como Benjamin Constant mais temiam.

Agora todos teremos que ter amigos representantes das minorias, e postar fotos politicamente corretas sempre. Caso contrário, seremos alvo da fúria da patrulha. É o monstro que vocês pariram, “progressistas”. E quem pariu Mateus que o embale…

Rodrigo Constantino

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