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A incapacidade de a esquerda aprender com seus próprios erros é algo realmente impressionante. A cada nova crise gerada por seu arcabouço teórico completamente equivocado, eis que nada abala sua convicção nas medidas milagrosas e heterodoxas pregadas pelos ícones do nacional-desenvolvimentismo.

Depois da lambança que fizeram com o PT no poder, destruindo as contas fiscais e produzindo inflação elevada, essa turma insiste na mesma receita, como se nada tivesse acontecido. Vejam só esse artigo na Carta Capital, aquela revista que surgiu nas delações da Odebrecht e que tinha Lula como uma espécie de editor informal. João Luiz Mauad, colaborador do Instituto Liberal, comenta:

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O professor João Sicsú, da UFRJ (cujo salário é pago com o nosso dinheiro), descobriu o segredo da felicidade. Não há limite para o gasto estatal. Vejam o que escreveu o valente num artigo recente para a Carta Capital:

“Em países que possuem a sua própria moeda estatal e que governos podem contrair dívidas nessa moeda, em tese, não haveria limite para o gasto público. Um governo que emite dinheiro, por definição, não pode quebrar tal como uma empresa que depende de receitas. Governos podem imprimir dinheiro e gastar. Isso não necessariamente causa inflação, mas pode causar em casos específicos.”

O Brasil (anos 1980), o Zimbábue (anos 2000) e a Venezuela (atual) são certamente apenas “casos específicos”, exceções, não é mesmo, professor?

A coisa não para por aí. Sicsú, que repete essas baboseiras para seus alunos, acha que não há limites para o endividamento estatal, e demonstra não ter a mais vaga noção do que seja o fenômeno inflacionário, confundindo-o com oscilações de preços relativos em caso de secas ou algum choque de oferta:

Muitas outras coisas podem causar inflação ou não (como diria ou como dizem que costuma dizer Caetano Veloso). Chuvas excessivas, secas rigorosas, desvalorização cambial, aumento de impostos, aumento do consumo, escassez de energia e mais uma lista enorme podem (ou não) causar inflação. Em economia, é difícil encontramos respostas fáceis e diretas. Um governo pode mandar um helicóptero fazer chuva de dinheiro e nada poderá acontecer com os preços. Talvez somente a produção e o emprego aumentem. Ou nada, absolutamente nada, aconteça.

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Um governo pode se endividar e continuar se endividando. Isso não é pecado. É até uma boa necessidade. Se um governo se endivida perante a sociedade é porque os credores confiam na capacidade desse governo de pagar o que deve – é uma marca de credibilidade.

[…]

Quem tem medo da emissão de dinheiro ou do endividamento público são aqueles que não querem que governos governem. Mas não dizem isso, apenas sentem isso. Dizem que a emissão ou o endividamento causam inflação, inibição do investimento privado, fuga de capitais, elevação dos juros, desemprego… malária, febre amarela e tuberculose. Mas, na verdade, pensam que “para governar melhor é preciso governar menos” (essa frase é de 1751 e foi citada por John Maynard Keynes em seu artigo “O fim do Laissez-faire”, de 1926). A pergunta que fica é: governar melhor para quem?

É um espanto! E pensar que esse sujeito dá aulas! Pobres alunos. Vão olhar perplexos para o fracasso venezuelano, sem compreender o que deu errado. Talvez a ganância dos empresários, que boicotaram o “socialismo do século XXI”, quem sabe? Afinal, não há embargo americano dessa vez para levar a culpa, não é mesmo?

Esses esquerdistas não entendem absolutamente nada de economia. E demonstram uma incapacidade de aprendê-la que desafia a compreensão. É porque a ideologia precisa estar acima da lógica e da experiência. E a ideologia deles aponta sempre para mais estado, além de demonizar o livre mercado. Logo, tudo precisa se encaixar nessa narrativa.

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Eu até poderia oferecer meu curso Bases de Economia ao professor, mas algo me diz que seu cérebro já está totalmente blindado contra argumentos racionais. Fica a dica, portanto, aos seus alunos, vítimas dessa quantidade assustadora de bobagens, ditas como se fossem a última novidade nas teorias econômicas sérias.

Rodrigo Constantino, para o Instituto Liberal