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Por Renan Cruz, publicado pelo Instituto Liberal

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Será que não estamos pegando muito pesado com a esquerda? Essa gente nobre e abnegada, com seu velho discurso de pretensas boas intenções? Esses trombeteadores de um mundo melhor, cuja possibilidade está em nossas mãos, desde que cedamos tudo a eles?

Vamos colocar nossas mãozinhas capitalistas na consciência e refletir um pouco. Será que estamos tão certos e eles tão errados? Passamos tanto tempo correndo atrás de nossa sobrevivência, trabalhando, empreendendo, gerando riqueza para nós e para a sociedade como um todo, enquanto os esquerdistas estão numa luta ferrenha, tendo que viver nesta sociedade regida pelo capital que eles tanto detestam!

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Os europeus chegaram em nossas terras tão puras em seus galeões opressores e nos fizeram escravos dessa coisa nefanda que é o comércio. Agora somos todos obrigados a ter coisas que são nossas, conquistadas por nosso suor. Mundo terrível controlado pelo vil “capital”!

Em esquerdês, o capital é o dinheiro, o “faz-me rir”, a “bufunfa” e suas consequências deletérias: posses; terras; lucros. O capital, esse maligno emissário do mal, gera cidadãos bem sucedidos que são os opressores-mores das sociedades. Coloque-se no lugar desses esquerdistas do bem, tantas vezes difamados pela direita, e imagine quão difícil deve ser a vida dessa gente. São autênticos sofredores! Ganhando capital nesta sociedade opressora, obrigados a acumularem também suas “possezinhas”.

Pense no sacrifício íntimo da esquerda-caviar, de ter todas aquelas coisas boas e lindas, enquanto o paraíso socialista dista cada vez mais. Como deve ser difícil para Sean Penn, um dos ícones esquerdistas de Hollywood, grande admirador do coma-andante Fidel, que lamentou profundamente o passamento docompanheiro Hugo Chaves, fazendo odes de amor ao regime venezuelano, ter uma praia particular.

Como deve ser difícil para Wagner Moura, ganhar seu portentoso e merecido salário por ser um ótimo ator, enquanto o capitalismo triunfa! Imagino como devem sofrer os psolistas beneméritos, quando são obrigados a voltar todo dia para suas casas/apartamentos nos bairros nobres da elite golpista.

Meus respeitos aos amigos esquerdistas que tanto tem sofrido na surdina. Obrigados, enquanto a revolução não chega, a viver sob a ditadura do capital. Podemos ter intensas divergências, mas reconheço que deve ser duro. E não os chamarei mais de masoquistas do bem, senão fica parecendo que eles gostam desse sofrimento todo.

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*Renan Alves da Cruz é professor de história e colunista do portal Voltemos à Direita.