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Só mesmo no Brasil, país atrasado intelectualmente, um partido de centro-esquerda social-democrata como o PSDB é “acusado” de ser “neoliberal” e de direita. Mas são anos de campanha “difamatória” por parte do PT, que sempre quis o monopólio das virtudes, leia-se da esquerda na mentalidade obtusa que predomina em nossa querida e amada Pátria.

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Mas como os tucanos privatizaram estatais, mais por necessidade de caixa que por convicção ideológica, a pecha serviu, e desde então o PSDB tenta se defender das “acusações”. O partido nunca teve, salvo raras exceções, a coragem de defender o legado das privatizações, o que eu tive que fazer por eles em Privatize Já.

Pois bem: o PT chegou ao poder, e o que fez? Além de aparelhar e destruir nossas estatais, também acabou tendo que “pecar”: partiu para privatizações em vários setores. Como ninguém pode ser visto como “privatista” em um país que demoniza o lucro e vangloria o estado empresário, claro que a privatização precisa vir disfarçada. Concessão é a grande saída!

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O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, fez questão de esclarecer que uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. O governo não estava privatizando, mas apenas fazendo concessões, sem que o Estado perdesse o controle do ativo. Era como um aluguel de uma casa, que depois retorna ao seu proprietário.

Justiça seja feita, Barbosa logo depois disse não ter nada contra a privatização (há controvérsias), e que o próprio governo Dilma privatizou, como no caso do IRB. Mas fica o debate semântico e sem sentido no ar: concessão é ou não privatização? Ora, alugar o ativo por 30 anos para que seja explorado pela iniciativa privada em busca do lucro é uma definição clara de privatização, como ela é aceita no mundo todo.

O próprio PSDB fez concessão em várias ocasiões, até porque a lei impedia a transferência da propriedade, e foi acusado na época de privatizar estatais do “povo brasileiro”. A revista VEJA desta semana toca no ponto certo:

Antes o PSDB tivesse privatizado tudo! O petrolão não existiria, o mensalão não poderia contar com os Correios, o Banco do Brasil não seria usado para propaganda de governo, a Caixa não teria fomentado uma bolha imobiliária, o BNDES não teria se transformado numa máquina de transferir recursos dos pobres brasileiros para as ricas empreiteiras e para ditaduras comunistas, etc. Alguém viu por aí um escândalo do Valão, envolvendo a Vale privatizada? Ou a Embraer, quem sabe? Não. Pois o governo corrupto precisa de estatais à sua disposição como o viciado precisa da droga.

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Mas o lamentável fato é que o PSDB também tenta se desvencilhar da pecha de privatista, pois não é um partido liberal defensor do livre mercado, nem aqui, nem na China! Por falar em China, até o PCC já entendeu que o mercado funciona melhor do que o estado empresário, mas claro que o partidão não vai abrir mão facilmente do controle das empresas, que garante o poder da casta dominante e muitos bilhões para alguns “amigos do rei”.

Está na hora, portanto, de o Brasil realmente dar uma chance à liberdade. O liberalismo – novo ou velho – nunca nos deu o ar de sua graça. Passou mais longe do Brasil do que Plutão da Terra. Existe só na mitologia canhota que precisa de um bode expiatório para culpar pelos males que o intervencionismo estatal produz. Chega de tanto estado! Chega de estado empresário! E chega, de uma vez por todas, de culpar o mercado pelas lambanças que o estado gera!

Infelizmente, mesmo diante do petrolão e tudo mais, poucos são os que clamam por uma ampla e irrestrita privatização de nossas estatais, para que o estado possa cuidar das poucas áreas que são sua função básica, como segurança, justiça, saúde e educação (nos dois últimos casos como financiador dos mais carentes, não como gestor). Ainda temos preconceito ideológico contra o lucro, o empreendedor, a iniciativa privada, o mercado.

Mas está na hora de colocar no poder alguém que realmente acredite nas privatizações, para que sejam feitas da forma correta, transferindo a gestão da economia para quem sabe e quem tem os mecanismos mais adequados de incentivos. Privatize já!

Rodrigo Constantino

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