Por Júlio César Cardoso, publicado pelo Instituto Liberal
No Brasil, ser político é uma festa. De fato, as mordomias são fartas e o dinheiro jorra como água para bancar a casta política. Por outro lado, as luzes da ribalta do poder estão sempre prontas para iluminar e desobstruir quaisquer dificuldades pessoais dos políticos e de seus de amigos. Quer coisa melhor do que ser político no Brasil?
Certa feita, o jornal espanhol El País disse que ser político no Brasil é um grande negócio, uma dádiva caída do céu. É como se acertasse na loteria. Pois bem, quem entra para a política esquece as suas profissões porque são tantas as vantagens auferidas que não vale a pena retornar às lides profissionais.
Portanto, a partir de uma assentada em cadeira no Legislativo ou no Executivo, é atraída, para essa vida política “espinhosa e cansativa”, toda a corriola parental, ávida em tirar proveito da coisa pública.
Está na hora de o eleitor brecar a dinastia política, cujo único objetivo é desfrutar as glórias do poder e o cabide de emprego bem remunerado.
Também está na hora de o eleitor impedir a reeleição. Política não é profissão. A vida política precisa de constante renovação, de oxigênio novo. Ninguém é insubstituível.
Quanto àqueles políticos que se consideravam insubstituíveis, hoje, muitos jazem nos cemitérios ou estão de pijamas em casa, e o país não parou nem sentiu a falta deles.
A reeleição é um retrocesso à dinâmica renovadora política. Representa a mesmice sendo ovacionada por incautos eleitores, conduzidos pelo imoral instituto do voto obrigatório. Tanto a reeleição quanto o voto obrigatório, responsáveis pelo baixo nível do quadro politico nacional, deveriam ser revogados.
Assim, quando eu vejo a reeleição de um político, com tristeza assisto à continuação da velha prática política dominando o país e impedindo o seu desenvolvimento.
Sobre o autor: Júlio César Cardoso é Bacharel em Direito e já atuou como servidor federal.