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Estão transformando “ministro do STF” em xingamento

Por Lucas Berlanza, publicado pelo Instituto Liberal

Repugnante, intolerável, odioso. Eis alguns dos vários adjetivos cabíveis ao que foi feito por Eunício de Oliveira e os 41 votos do Plenário do Senado nesta quarta-feira (7).

Os ministros do STF, esses distintíssimos heróis de toga, exemplos de virtude e respeito público, do alto de seus salários de mais de R$ 33 mil, estavam – que pena, quase choro! – necessitados, padecendo de horrores atrozes e miseráveis, e precisavam corrigir seu salário medíocre pela inflação (!).

Os guardiões da sacrossanta Constituição cidadã de 1988 ofereceram mais um belíssimo exemplo de cidadania. Naturalmente, até o momento, ficaram quietos, à exceção do presidente Toffoli, que se apressou a aplaudir a indecência, a louvar o indecoroso, a saudar o acinte. Uma vez mais, como de praxe no espírito desta malfadada Nova República, os fatos e os ditames das leis econômicas não têm importância. Decretamos, decidimos, aprovamos, está feito – danem-se os fatos.

Contas públicas? Crise fiscal? A perspectiva de aumentos do funcionalismo público em efeito cascata com impacto de até R$ 6 bilhões? Quem se importa com tais futilidades, não é mesmo? O país está muito bem. Deveríamos é ter piedade dos pobres ministros do STF, que precisam aumentar seus salários para R$ 39 mil, ou passarão fome – em Paris ou sabe-se lá que outra cidade europeia, para onde vão de férias ou participar de encontros e congressos regados a pedantismo, esbanjando seu “notório saber jurídico”.

Se ainda não o eram, doravante todos os ministros do STF que não se manifestam para demonstrar uma nesga de sensibilidade e respeito pelos seus compatriotas, ao menos para reconhecer o privilégio de que se investem, devem ser considerados canalhas. Todos, sem exceção.

Devemos respeitar as instituições e o império da lei? Sim, de fato devemos. Entretanto, às favas com essa retórica farsesca, quando equivocadamente empregada para nos ensejar o “respeito” a quem não honra a toga que traja. Hoje, lamentavelmente, e ainda não foi criminalizada a verbalização da verdade, o STF, o “guardião da Constituição”, é um parteiro da desgraça, um convescote de sanguessugas, o espelho da ruína nacional.

Como homens públicos, os ministros do STF, dessa turma atual que amesquinha e ultraja a integridade do órgão que ocupa e a função sagrada por que deveria zelar, não merecem nenhuma estima e nenhuma consideração. Menos ainda os larápios do Senado, de um Legislativo que só demonstra a cada dia que funciona por sessões demais ao longo do ano, especialmente aqueles que, despedindo-se de seus mandatos, dirigem aceno ao Judiciário na esperança de se verem protegidos do perigoso destino que pode estar a aguardá-los.

Presidente Michel Temer, apelamos todos, os cidadãos aflitos, preocupados, receosos pelo futuro, seu gesto de responsabilidade final como autoridade maior da nação. Vete! Não se acumplicie dessa afronta.

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