O presidente norte-americano, Barack Obama, disse neste sábado (9) que o militar veterano negro dos Estados Unidos acusado de ter matado cinco policiais em Dallas não representa os afro-americanos.
“O indivíduo demente que realizou o ataque em Dallas não era representativo dos afro-americanos, assim como o atirador de Charleston não era representativo dos americanos brancos. Ou o atirador de Orlando ou San Bernardino não eram representativos dos muçulmanos”, disse.
As autoridades disseram que Micah Johnson, um militar veterano do Afeganistão de 25 anos que afirmou querer “matar pessoas brancas”, lançou um ataque com tiros de longa distância que mataram 5 policiais e feriram outras 9 pessoas em uma manifestação em Dallas. O atirador foi morto pela polícia com um robô carregado de explosivos, após ele ter sido encurralado em um estacionamento.
Obama também disse que os Estados Unidos não estão tão divididos como alguns sugerem.
“Apesar da semana ter sido dolorosa, os Estados Unidos não estão tão divididos como alguns sugerem”, disse em entrevista ao final da reunião cúpula da Otan em Varsóvia.
É um tanto curioso, não é mesmo? Para esquerdistas como Obama, se o negro, digo, o afrodescendente mata numa passeata organizada por um movimento racial afrodescendente que adora pintar o “homem branco” como o grande vilão do mundo, e faz isso afirmando que quer “matar policiais brancos”, não devemos assumir que ele fala em nome de toda uma “raça”, o que é bastante lógico.
Da mesma forma, se um muçulmano mata em nome de Alá, querendo eliminar “hereges” do mundo, então é errado fazer qualquer ligação do ato terrorista com sua religião, o Islã. Aqui já é bem menos óbvio, pois há claro elo entre uma coisa e outra, inclusive a aceitação por parte de muitos outros crentes de tal ato bárbaro e o que diz seu livro sagrado. Mas tudo bem: Obama ainda insiste no individualismo: uma andorinha só não faz verão. Nem mesmo umas mil andorinhas? Que tal 70 mil, número estimado de soldados do ISIS?
Mas tudo bem. Vamos manter o individualismo exacerbado do presidente americano: mataram em nome dos negros numa passeata de movimento negro racial mirando deliberadamente em alvos brancos? O problema são aqueles indivíduos malucos; mataram em nome do Islã com o apoio de considerável parte da religião mirando deliberadamente em alvos “infiéis”? O problema são aqueles indivíduos malucos.
E se alguns padres se envolvem em casos de pedofilia? Aí a esquerda progressista abandona o individualismo e volta ao seu típico coletivismo: toda a Igreja Católica é pedófila! E se um sujeito homofóbico mata gays em nome de um “conservadorismo” tacanho, reacionário e abjeto? Aí todos os conservadores, inclusive os de boa estirpe, são homofóbicos, claro. E por aí vai.
O duplo padrão é evidente demais para ser ignorado. Quando negros matam, devemos abandonar o coletivismo. Quando muçulmanos matam, devemos ignorar o coletivismo. Mas quando brancos matam, aí é claro que voltamos a olhar o coletivismo. E mesmo quando negros ou muçulmanos matam, a preferência é falar das desigualdades materiais e, naturalmente, das armas.
Adriana Carranca publicou um texto lamentável ontem no GLOBO alegando que os culpados pelo massacre dos policiais americanos “somos todos nós”, e por nós entende os brancos, que “jogamos” os negros em guetos desiguais e ainda os armamos, liberando a venda de armas. Como alguém pode ser mais elite culpada do que isso? Os negros americanos, se fossem um país à parte, seriam um dos mais ricos países do mundo!
Sem dúvida bem mais ricos do que os negros que não são apenas “descendentes”, mas vivem na África predominantemente negra. Mas claro que a pobreza lá também é culpa do homem branco malvado, mesmo em países que sequer foram colonizados. E os que foram colônias, mas são brancos e ricos, como a Austrália, a gente simplesmente ignora. É preciso manter a narrativa…
Eis o duplo padrão dos “progressistas”: ele é usado de tal forma a sempre pintar o homem branco como o vilão, e os demais como “minorias oprimidas”, como “vítimas sociais”. Seu foco está na desigualdade material quando lhe interessa, e na liberdade de ter uma arma, como se os indivíduos que fazem uso equivocado das armas representassem, agora sim, todos os que possuem uma arma!
Se Obama tivesse algum apreço pela lógica, ele também diria que indivíduos malucos que saem atirando por aí não representam todos aqueles que defendem o direito inalienável de legítima-defesa. Eu, que sou homem, branco e acabo de comprar minha arma, deixo de ser um indivíduo e me torno um representante do que há de pior na humanidade, pela ótica esquerdista. O atirador negro que mata em nome da “raça” alvejando brancos, esse é só um maluco isolado, quando não a própria vítima de gente como eu, segundo a colunista do GLOBO.
A esquerda é mesmo um caso patológico de psiquiatria. Sim, toda a esquerda!
Rodrigo Constantino