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Estrela cadente: a conclusão melancólica já era esperada pelos atentos e honestos

SALVADOR, BA, 11.01.2017: LULA-BA - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa do 29º Encontro Estadual do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) no Parque de Exposições, na Avenida Paralela, em Salvador (BA). Presença do presidente nacional do MST, João Pedro Stédile, do coordenador executivo do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Bahia, Jaques Wagner, o ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabriellie, e o presidente nacional do PT, Rui Falcão. (Foto: Edson Ruiz/Coofiav/Folhapress) (Foto: )

Lula é um condenado prestes a ser um foragido da Justiça, desafiando as autoridades e usando “mortadelas” como escudo humano para não ser preso – os poucos que restaram. Jornalistas da grande imprensa, em total falta de sintonia com o povo, lamentam o triste fim do ex-presidente popular. O tom é de luto e muitos repetem “presidente” para se referir a Lula, num ato falho freudiano (é o que gostariam que fosse).

Um deles chegou a escreveu em sua coluna de hoje: “Ao chegar ao poder, Lula disse que não tinha ‘o direito de errar’. Ele reduziu a pobreza, impulsionou o crescimento da economia e saiu com aprovação recorde, mas descumpriu a promessa ao reproduzir velhas práticas e alianças”.

Lula não reduziu a pobreza nem impulsionou o crescimento. Ele destruiu a economia, gerando milhões de desempregos e a volta da inflação, apesar da bonança internacional. E ele não ‘errou’ por “reproduzir velhas práticas e alianças”, e sim montou o maior esquema de corrupção da história deste país.

Mas pedir que esses jornalistas “isentos”, no fundo militantes petistas infiltrados nas redações, tenham um pingo de honestidade é esperar por um milagre. A narrativa de que Lula “se corrompeu”, e que fez aquilo que todos fazem, é simplesmente falsa. Lula é muito pior, e sempre foi. Afinal, além de safado e corrupto, carrega o DNA ideológico do socialismo, que sempre serviu como escusa a todos os crimes praticados por petistas.

Em Estrela Cadente, meu segundo livro, que foi lançado em 2005 e antes de estourar o escândalo do mensalão, eu já apontava para o fato de que o PT tinha uma bandeira ética totalmente esgarçada, fajuta, costurada para enganar trouxas – como os jornalistas. O PT já flertava com o crime desde sempre, e com a bandidagem arrogante dos que se sentem acima das leis, como seu braço-armado rural, o MST. Eis a conclusão que escrevi na época:

Espero ter sido bem sucedido em meu objetivo inicial, tendo exposto inúmeras contradições e trapalhadas do PT no governo. São diversos casos de corrupção ou suspeita de corrupção, exemplos de completa falta de ética, temos o populista Fome Zero, que aumenta ainda mais a burocracia, o Estatuto do Desarmamento, que gasta uma fortuna para tirar as armas de civis inocentes enquanto os criminosos recebem tratamento mais brando, o regime de cotas, que representa um racismo em si, gera resultados ineficientes e garante privilégios imorais.

No campo da educação, fundamental para qualquer país, temos um partido buscando um controle exagerado das universidades, que afeta negativamente a qualidade do ensino, assim como a tentativa de adotar um modelo caótico de alfabetização, importado de Cuba. Vimos que o crescimento econômico, que parece o ponto forte do governo Lula, tem na verdade causas exógenas, e que o Brasil poderia estar indo muito melhor não fossem os impostos elevados, burocracia, problemas de infraestrutura e instabilidade no campo. Falamos do eterno bode expiatório do “neoliberalismo”, e como isso oculta uma realidade bastante distinta no Brasil. Passamos pelo “tabu” das privatizações, e fica claro como elas poderiam impulsionar a geração de empregos e até aumentar a arrecadação de impostos para o Estado. O materialismo socialista ficou exposto também, mostrando a inversão dos fatos, já que os socialistas acabam com a imagem de que são pobres preocupados apenas com questões humanistas.

A “ligação perigosa” com o MST mereceu destaque, assim como todas as amizades petistas, que causam espanto para quem lembra do ditado popular “diga-me com quem andas que te direi quem és”. Juntando isso com as medidas do governo que demonstram claro viés autoritário, o receio dos rumos democráticos não parece nada paranóico. E tratamos das contradições internas geradas por toda essa incoerência do partido que era oposição irresponsável e tornou-se governo.

Muitos dos tópicos tratados, como avisado na introdução, são de conhecimento público, e foram publicados nos principais veículos de comunicação. Espero ter refrescado a memória do leitor, já que são tantos episódios que fica quase impossível ter tudo em mente, ainda mais num mundo tão corrido e com tanta informação.

Gostaria de finalizar expondo a contradição do eleitor do PT em particular, e da esquerda em geral, que de posse de todas essas informações, ainda deseja votar em um partido que defende mais Estado como solução para nossos problemas. Muitos desses eleitores entendem que a burocracia atrapalha a vida do cidadão. Sabem que impostos elevados obstruem o empreendedorismo, que gera empregos. Reconhecem a ineficiência das estatais vis-à-vis as empresas privadas, focadas no lucro. Detestam vários políticos, que consideram corruptos. Entendem que a concentração de poderes estimula a corrupção e corrompe até mesmo um homem decente. Mas ainda assim pedem mais governo! Encaram o Estado como algo sobrehumano, idealizado, clarividente e ilumuniado. Esquecem que ele é formado por homens também, e justamente os políticos tantas vezes criticados. Ignoram que o Estado não pode dar nada que antes não tenha tirado da sociedade. Não existe almoço grátis! E fingem não ver que Brasília absorve poderes enormes, cada vez mais concentrados, o que irá inevitavelmente despertar o que há de pior nesses governantes. Como dizia Lord Acton, “o poder corrompe, e o poder absoluto corrompe absolutamente”. O eleitor que seleciona partidos que defendem mais Estado, em nome da “justiça social”, parece não notar que está defendendo o uso de sanguessugas para curar nossa leucemia. Coitado do paciente Brasil, o eterno gigante adormecido…

Rodrigo Constantino

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