Lula é um condenado prestes a ser um foragido da Justiça, desafiando as autoridades e usando “mortadelas” como escudo humano para não ser preso – os poucos que restaram. Jornalistas da grande imprensa, em total falta de sintonia com o povo, lamentam o triste fim do ex-presidente popular. O tom é de luto e muitos repetem “presidente” para se referir a Lula, num ato falho freudiano (é o que gostariam que fosse).
Um deles chegou a escreveu em sua coluna de hoje: “Ao chegar ao poder, Lula disse que não tinha ‘o direito de errar’. Ele reduziu a pobreza, impulsionou o crescimento da economia e saiu com aprovação recorde, mas descumpriu a promessa ao reproduzir velhas práticas e alianças”.
Lula não reduziu a pobreza nem impulsionou o crescimento. Ele destruiu a economia, gerando milhões de desempregos e a volta da inflação, apesar da bonança internacional. E ele não ‘errou’ por “reproduzir velhas práticas e alianças”, e sim montou o maior esquema de corrupção da história deste país.
Mas pedir que esses jornalistas “isentos”, no fundo militantes petistas infiltrados nas redações, tenham um pingo de honestidade é esperar por um milagre. A narrativa de que Lula “se corrompeu”, e que fez aquilo que todos fazem, é simplesmente falsa. Lula é muito pior, e sempre foi. Afinal, além de safado e corrupto, carrega o DNA ideológico do socialismo, que sempre serviu como escusa a todos os crimes praticados por petistas.
Em Estrela Cadente, meu segundo livro, que foi lançado em 2005 e antes de estourar o escândalo do mensalão, eu já apontava para o fato de que o PT tinha uma bandeira ética totalmente esgarçada, fajuta, costurada para enganar trouxas – como os jornalistas. O PT já flertava com o crime desde sempre, e com a bandidagem arrogante dos que se sentem acima das leis, como seu braço-armado rural, o MST. Eis a conclusão que escrevi na época:
Espero ter sido bem sucedido em meu objetivo inicial, tendo exposto inúmeras contradições e trapalhadas do PT no governo. São diversos casos de corrupção ou suspeita de corrupção, exemplos de completa falta de ética, temos o populista Fome Zero, que aumenta ainda mais a burocracia, o Estatuto do Desarmamento, que gasta uma fortuna para tirar as armas de civis inocentes enquanto os criminosos recebem tratamento mais brando, o regime de cotas, que representa um racismo em si, gera resultados ineficientes e garante privilégios imorais.
No campo da educação, fundamental para qualquer país, temos um partido buscando um controle exagerado das universidades, que afeta negativamente a qualidade do ensino, assim como a tentativa de adotar um modelo caótico de alfabetização, importado de Cuba. Vimos que o crescimento econômico, que parece o ponto forte do governo Lula, tem na verdade causas exógenas, e que o Brasil poderia estar indo muito melhor não fossem os impostos elevados, burocracia, problemas de infraestrutura e instabilidade no campo. Falamos do eterno bode expiatório do “neoliberalismo”, e como isso oculta uma realidade bastante distinta no Brasil. Passamos pelo “tabu” das privatizações, e fica claro como elas poderiam impulsionar a geração de empregos e até aumentar a arrecadação de impostos para o Estado. O materialismo socialista ficou exposto também, mostrando a inversão dos fatos, já que os socialistas acabam com a imagem de que são pobres preocupados apenas com questões humanistas.
A “ligação perigosa” com o MST mereceu destaque, assim como todas as amizades petistas, que causam espanto para quem lembra do ditado popular “diga-me com quem andas que te direi quem és”. Juntando isso com as medidas do governo que demonstram claro viés autoritário, o receio dos rumos democráticos não parece nada paranóico. E tratamos das contradições internas geradas por toda essa incoerência do partido que era oposição irresponsável e tornou-se governo.
Muitos dos tópicos tratados, como avisado na introdução, são de conhecimento público, e foram publicados nos principais veículos de comunicação. Espero ter refrescado a memória do leitor, já que são tantos episódios que fica quase impossível ter tudo em mente, ainda mais num mundo tão corrido e com tanta informação.
Gostaria de finalizar expondo a contradição do eleitor do PT em particular, e da esquerda em geral, que de posse de todas essas informações, ainda deseja votar em um partido que defende mais Estado como solução para nossos problemas. Muitos desses eleitores entendem que a burocracia atrapalha a vida do cidadão. Sabem que impostos elevados obstruem o empreendedorismo, que gera empregos. Reconhecem a ineficiência das estatais vis-à-vis as empresas privadas, focadas no lucro. Detestam vários políticos, que consideram corruptos. Entendem que a concentração de poderes estimula a corrupção e corrompe até mesmo um homem decente. Mas ainda assim pedem mais governo! Encaram o Estado como algo sobrehumano, idealizado, clarividente e ilumuniado. Esquecem que ele é formado por homens também, e justamente os políticos tantas vezes criticados. Ignoram que o Estado não pode dar nada que antes não tenha tirado da sociedade. Não existe almoço grátis! E fingem não ver que Brasília absorve poderes enormes, cada vez mais concentrados, o que irá inevitavelmente despertar o que há de pior nesses governantes. Como dizia Lord Acton, “o poder corrompe, e o poder absoluto corrompe absolutamente”. O eleitor que seleciona partidos que defendem mais Estado, em nome da “justiça social”, parece não notar que está defendendo o uso de sanguessugas para curar nossa leucemia. Coitado do paciente Brasil, o eterno gigante adormecido…
Rodrigo Constantino
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