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Dia 28 de agosto de 1963, nos degraus do Lincoln Memorial, em Washington, D.C, o ativista Martin Luther King Jr. professaria seu mais famoso discurso, “Eu tenho um sonho”, que seria um marco na luta contra o racismo. MLK inspirou-se na própria Declaração de Independência Americana, quando os “pais fundadores” afirmam que todos possuem os direitos inalienáveis à vida, liberdade e busca da felicidade. Uma das maiores bandeiras dos liberais: igualdade perante as leis.

Infelizmente, a esquerda coletivista tem deturpado tais conceitos, e o próprio discurso de MLK se transformou em hino de coletivistas que só enxergam raças, abstrações coletivistas, ignorando a menor minoria de todas: o indivíduo. A esquerda, nos Estados Unidos representada pelo Partido Democrata, posa hoje como grande defensora das minorias, mas era a mais ferrenha inimiga dos Direitos Civis de 1964.

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Sim, o presidente que assinou o Ato era Lyndon Johnson, mas os deputados e senadores do Partido Democrata eram oa maiores opositores às mudanças. O senador James O. Eastland, do Mississipi, não deixava o projeto ir à votação no Senado, postergando-o indefinidamente. Quando o projeto finalmente chegou ao Senado, um grupo de 19 senadores sulistas, sendo 18 deles do Partido Democrata, tentou barrar a aprovação. O mais ferrenho combatente era o senador Strom Thurmond, também Democrata.

Na Câmara, 61% dos Democratas votaram a favor, contra 80% dos Republicanos. No Senado, a proporção se repetiria: 63% dos Democratas disseram “sim”, contra 80% dos Republicanos. Mas eu aposto que o leitor não tinha ideia disso. Afinal, a esquerda foi mestre em capturar a imagem de defensora das minorias, com muita retórica e propaganda, ignorando os fatos.

O racismo ainda é um problema, claro. A melhor forma de combatê-lo não é reforçar estereótipos coletivistas, e sim resgatar o sonho de MLK. Meio século depois, seu legado acabou prejudicado pelas bandeiras populistas de ações afirmativas e cotas raciais. Devemos lutar pela igualdade perante as leis, não por privilégios que apenas reforçam o próprio conceito de raça. Segue um artigo meu sobre o assunto, com base em argumentos de um Republicano:

Individualismo versus Racismo

“No longo prazo, a única forma que o racismo pode ser superado é através da filosofia do individualismo, a qual eu tenho promovido por toda a minha vida.” (Ron Paul)

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Em seu mais famoso discurso, Martin Luther King Jr. fala do sonho de viver num país onde as pessoas deixem de ser julgadas pela cor da pele, e passem a ser julgadas pelo seu caráter. MLK ressalta a importância das “magníficas palavras” contidas na Declaração de Independência Americana, que defende o direito inalienável à liberdade para todos os indivíduos.

Essa é exatamente a postura de Ron Paul, assim como a de vários libertários que rejeitam qualquer tipo de mentalidade coletivista. Como diz Ron Paul em The Revolution, nossos direitos não chegam a nós porque pertencemos a algum grupo, e sim porque somos indivíduos. E como indivíduos é que devemos julgar uns aos outros.

O racismo nada mais é do que um tipo de coletivismo que enxerga a cor da pele como a característica predominante em cada um.

Ron Paul afirma: “O racismo é uma forma odiosa particular de coletivismo onde os indivíduos são tratados não pelos seus méritos, mas com base na identidade de grupo”. Para Ron Paul, a filosofia do individualismo é o maior desafio intelectual que o racismo já enfrentou.

Por outro lado, a politização do tema pode ser um empecilho para o término desta “desordem do coração”, como Ron Paul chama o racismo. Os “pais fundadores” dos Estados Unidos, entre eles os autores da mesma Declaração de Independência admirada por Martin Luther King Jr., ficariam chocados ao observar como a sociedade americana se tornou politizada, passando a tratar cada assunto no qual há divergências como um problema federal a ser solucionado em Washington.

O meio adotado pode ser muitas vezes contraproducente, afastando ainda mais o desejado fim. 

Ron Paul explica que o governo exacerba o pensamento racista e ataca o individualismo, porque sua própria existência encoraja a organização das pessoas em linhas raciais para fazer lobby por benefícios e privilégios ao seu grupo.

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No fundo, isso vale não apenas para a questão racial, mas para todas as outras. Vemos os homossexuais se organizando para demandar privilégios também, e inúmeros outros grupos que ignoram o indivíduo para abraçar algum coletivismo qualquer.

Mas o que deveria importar mesmo não é a preferência sexual, ou então a cor da pele de alguém, e sim seu caráter, sua conduta, seus valores e princípios. Uma pessoa pode ser íntegra ou não, e isso claramente não tem relação alguma com a cor da pele ou a preferência sexual.

É espantoso ter de repetir uma obviedade dessas em pleno século XXI, mas infelizmente essa obviedade ainda não é parte do senso comum, mesmo que seja puro bom senso. A mentalidade racista, que separa e julga pessoas usando como critério a cor da pele, ainda é uma triste realidade no mundo em que vivemos. E isso vale para ambos os lados, é importante lembrar.

O regime de cotas é uma prova disso. Assim como a postura de muitos americanos dos guetos que “acusam” um negro de estar “agindo como branco” caso ele não aceite as regras locais de conduta, muitas vezes prejudiciais ao indivíduo. Se o negro do gueto rejeita as letras agressivas do rap ou a forma de falar do grupo, ele pode acabar sendo vítima da hostilidade dos demais, um ato claro de racismo com sinal invertido.

No Brasil, o mesmo comportamento já pode ser observado em favelas, onde a vulgaridade do funk deve ser a norma seguida para merecer a aceitação do grupo. 

Deixo a conclusão com Ron Paul (tradução livre):

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“Nós não devemos pensar em termos de brancos, negros, hispânicos, e outros grupos do tipo. Este tipo de pensamento apenas nos divide. O único pensamento ‘nós-versus-eles’ que podemos nos permitir é o de povo – todo o povo – versus o governo, que rouba e mente para todos nós, ameaça nossas liberdades, e rasga nossa Constituição”.