Uma estatística interessante irá surpreender todos os defensores de maior controle na venda de armas: enquanto a venda delas disparou nos últimos dois anos nos Estados Unidos, de acordo com o National Safety Council, os casos de acidentes fatais envolvendo armas despencaram para a mínima histórica.
Os acidentes com morte ligados a armas em 2015 foram apenas 489, ou 0,3% dos casos, segundo a Washington Examiner. Trata-se da quantidade mais baixa desde que a estatística começou, em 1903. Ou seja, de quase 150 mil mortes por acidentes por diferentes causas, apenas essa parcela ínfima se deveu ao uso de armas.
Isso num ano em que mais de 20 milhões de armas foram vendidas para americanos! A National Shooting Sports Foundation acredita que a campanha por segurança e responsabilidade no manuseio de armas teve sucesso e tem ligação com esse resultado.
“Esse resultado recente mostra que a ampla maioria dos 100 milhões de americanos proprietários de armas atende às responsabilidades sérias que vêm com a posse de armas”, disse o relatório assinado pelo CEO da Sports Foundation, Steve Sanetti. “Eles guardam suas armas em segurança quando não estão em uso, e seguem as regras básicas de segurança quando as manuseiam”, completou.
Como alguém que possui uma arma em casa, posso atestar que não se trata de um brinquedo, mas tampouco de um perigoso monstro. Basta ter o mínimo de cuidado, guardá-la em segurança e longe do acesso de crianças e adolescentes, e seguir uma regra básica que todos aprendem logo: a arma deve sempre ser tratada como se estivesse municiada.
Agindo assim, ela se transforma ou num hobby antiestresse, ou num instrumento de proteção da propriedade e da família. Não há motivos para se alimentar um preconceito contra as armas, que causam menos acidentes do que tantas outras coisas mais “inofensivas”, a começar pelas piscinas que tantos americanos têm em suas residências ou nossos carros, verdadeiras “armas” nas mãos de muitos jovens irresponsáveis ou adultos que dirigem enquanto digitam em seus smartphones.
Evitar acidentes caseiros definitivamente não é uma boa razão para se condenar o direito individual de ter uma arma.
Rodrigo Constantino
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