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Um executivo da rede CBS foi demitido pela emissora após um comentário em seu Facebook no qual dizia não ter simpatia pelas vítimas do atirador em Las Vegas. Hayley Geftman-Gold, do departamento legal da empresa, comentou que a maioria dos fãs de música country é formara por republicanos que adoram armas. O comentário viralizou, e o autor apagou o comentário e sua conta na rede social.

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A CBS soltou o seguinte comunicado: “Este indivíduo, que estava conosco por aproximadamente um ano, violou os padrões de nossa empresa e já não é um funcionário da CBS. Suas opiniões expressas nas mídias sociais são profundamente inaceitáveis ​​para todos nós na CBS. Nossos corações estão com as vítimas em Las Vegas e suas famílias”.

O absurdo comentário do executivo mostra como a questão ideológica do desarmamento fala mais alto nessas horas. A própria Hillary Clinton aproveitou o triste momento para fazer política, o que foi muito criticado. Mas mesmo quando não é um cálculo frio de uma pessoa ambiciosa, muitos acabam culpando as armas nessas horas, na esperança de que leis mais restritas poderiam evitar tragédias assim.

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Não podem. Elas ocorrem em países ou em estados com leis muito restritas também. No caso, o atirador já teria utilizado armas automáticas, proibidas para uso civil. Ou seja, ele já estava no crime antes de atirar. Alguém que decide, pelo motivo que for, disparar contra milhares de inocentes não vai ser parado por questões legais. Seu maior crime já é matar, evidentemente.

Casos como o de Las Vegas chocam pela dimensão, pela banalidade do mal, e buscamos um bode expiatório para compreender melhor, para acreditar que é relativamente simples impedir novas ocorrências. Não é. E quando se fala em desarmamento, não só deve se ter em mente isso, como o outro lado da coisa: vidas que são salvas porque cidadãos corretos possuem armas.

Há outro aspecto ainda: a liberdade. Não só de o indivíduo ter armas como hobby ou legítima defesa, como do povo armado, que é o maior incentivo contra tiranias. O povo suíço é altamente armado, assim como o israelense, inclusive com fuzis. Historicamente, governos totalitários sempre tentaram desarmar a população, por motivos óbvios.

Quando milhões podem ter um automóvel, isso aumenta a quantidade de acidentes. A solução não é banir os carros. A imensa maioria dos crimes é praticada com armas de mão (hand guns), não com metralhadoras ou fuzis. Logo, o desarmamentista, para ser lógico, teria que pregar a proibição de todas as armas. Nem a esquerda democrata tem coragem de defender isso nos Estados Unidos.

Da mesma forma que um acidente de avião chama muito mais atenção do que frequentes acidentes de carro, um atentado terrorista comove bem mais do que vários assassinatos. Quase 60 mortos em um só evento é desesperador, chocante, comovente. Mas no Brasil morrem 60 pessoas em algumas horas! E o desarmamento avançou muito em nosso país.

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Por isso mesmo chega a ser patético quando brasileiros querem dar lições aos americanos sobre segurança pública. Foi o caso do socialista Roberto Freire, que levou uma merecida resposta do liberal Paulo Martins:

Desarmar por lei funciona mesmo? Onde?! Estamos vendo terroristas islâmicos matando dezenas na Europa usando carros, caminhões, bombas! Focar no instrumento usado, no objeto inanimado, é uma forma de buscar conforto, de achar que esse tipo de barbárie pode ser evitada, se ao menos proibirmos os fuzis… Mas assassinos matam com armas já ilegais, com bombas, ou com facas, com carros, com caminhões.

O comentário do executivo da CBS, incapaz de sentir simpatia pelos fãs de country music porque normalmente são republicanos defensores das armas, demonstra o grau de patologia da esquerda atual. A culpa desse terrível atentado terrorista em Las Vegas não é da NRA, tampouco da arma: é do atirador. A princípio um maluco, num caso ainda mal contado, que tinha um relacionamento com uma muçulmana suspeita.

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Vamos focar no essencial, não buscar bodes expiatórios. E, acima de tudo, vamos chorar pelas vítimas inocentes, sejam democratas ou republicanas, desarmamentistas ou membros da NRA, o que não é crime, e o que jamais justificaria ser alvo de um maluco armado.

Rodrigo Constantino