Por Roberto Rachewsky, publicado pelo Instituto Liberal
O problema de Cuba não reside apenas no fato de Fidel Castro ter sido um déspota e seu sucessor ser um tirano como ele foi. O problema é que o sistema que ele adotou para o país, o comunismo, precisa de déspotas para se manter até que venha o colapso total, inexorável, daquela sociedade. Assim foi na União Soviética, na China, no Vietnam, no Cambodja, na Coréia do Norte, na Albânia, na Iugoslávia, na Polônia, na Alemanha Oriental e em outros países por onde o comunismo passou, assim é onde ele ainda persiste.
As experiências comunistas que foram adotadas voluntariamente ao longo da história, também não deram certo. Porém, por não haver déspotas impondo a sua manutenção, foram prontamente abandonadas sem que houvesse consequências desastrosas para a população. Há dois exemplos bem conhecidos dessas experiências: a dos Pilgrims, colonizadores puritanos ingleses, que depois de passarem um tempo na Holanda, resolveram migrar para a América, criando na Nova Inglaterra uma comunidade com os princípios do comunismo que quase levou-os a perecerem com a fome e a falta de insumos para enfrentarem o clima adverso. Superaram seus problemas ao abandonarem rapidamente aquele modelo, adotando o livre mercado, introduzindo o princípio da propriedade privada. Princípio esse que tornaria os Estados Unidos a mais rica e poderosa nação da história. Mais recentemente, encontramos o exemplo do Kibutz, experiência comunista voluntária desenvolvida em Israel, que também fracassou fragorosamente como uma tentativa de engenharia social. Os Kibutzim que ainda restam abandonaram a forma utópica e idealista original, que suprimia totalmente a propriedade privada, adotando também práticas capitalistas para se manterem viáveis.
Não há um exemplo na história de uma sociedade que tenha prosperado ao adotar o comunismo. Todas as que insistiram nesse modelo nefasto de arranjo político-econômico dependeram de um déspota para manter a população sob controle rigoroso para não fugirem da opressão e da fome. Os povos que vivem ainda sob esse experimento cruel e deletério, como em Cuba, na Coreia do Norte e na Venezuela, sofrem com a escassez e a coerção dos seus governos.
Se não acreditam, perguntem aos que defendem esses regimes, mas moram em sociedades livres, por que eles não se mudam para lá? Eu fui a Cuba e vi: quem tem autoestima e deseja uma vida plena, confortável, saudável, feliz e longeva, deve evitar se mudar para lá. A não ser, é claro, que faça parte do círculo perverso de amigos dos donos do poder. Nesse caso, terão à disposição uma população inteira de escravos para lhes propiciar o que há de melhor, obtidos sob o apontar de uma arma.