Sejamos francos: Bolsonaro levanta muita bola para a imprensa cortar. Ele é um prato cheio para polêmicas, pois parece falar o que vem à mente, e o que vem nem sempre é muito decente. Além disso, há uma predisposição da mídia em ataca-lo, por preconceito ideológico. A combinação dessas duas coisas é um foco excessivo nas bobagens ditas pelo presidente, e pouca atenção aos acertos de seu governo.
A fala de Bolsonaro sobre os governadores nordestinos, tratados todos como “paraíbas”, é um ótimo exemplo e foi extremamente infeliz. Mas a reação da mídia e dos “progressistas” parece exagerada e oportunista. Primeiro, porque o presidente claramente falava da qualidade péssima de alguns desses governadores, e isso não é mentira alguma.
Ele citou especificamente o Flavio Dino, do PCdoB, que governa o Maranhão, um dos estados mais miseráveis do país. Um sujeito que se assume com orgulho um comunista em pleno século 21 dá um atestado ou de limitação cognitiva ou desvio moral. Uma notícia de um ano atrás atestava que foram encontrados fósseis de dinossauro no Maranhão, mas bastava olhar quem estava no comando do estado para ver que ideias completamente ultrapassadas ainda vingam por lá – como em boa parte do Brasil aliás.
E eis o ponto: o nordeste é parte do Brasil, e uma parte piorada. Reconhecer isso não é ser preconceituoso com nordestino, mas admitir um fato estatístico. A esquerda festiva ou caviar, como já apontava Nelson Rodrigues, adora explorar de forma demagógica a pobreza nordestina, enquanto há aqueles que lutam efetivamente para reduzir essa pobreza.
Guilherme Fiuza foi direto ao ponto: “Não existe no mundo nenhum exército de impostores como o da defesa cenográfica do Nordeste. De cantores exilados no Leblon a ladrões simpáticos como Lula, são todos sócios do populismo que esfola a região – mas não perdem um refrão de orgulho ferido (à distância e de pança cheia)”.
O deputado Paulo Eduardo Martins resumiu bem a diferença entre a direita e a esquerda, ao compartilhar a notícia divulgada pelo presidente Bolsonaro de que em 2 anos o porto de Itaqui, no Maranhão, estará ligado, por ferrovia, ao porto de Santos: “Existem aqueles que querem libertar o nordeste e aqueles que querem mantê-lo e explorá-lo como está”.
Politicamente, repito, a fala de Bolsonaro foi desastrada. Mas muitos estão usando o deslize para desviar o foco do que realmente importa: os nordestinos vivem em média na penúria justamente por conta da ideologia ultrapassada e populista da esquerda, que depois banca a mais preocupada com a situação nordestina. Pura hipocrisia!
Rodrigo Constantino