Eliane Cantanhêde, em sua coluna de hoje no Estadão, comenta sobre as articulações da extrema-esquerda para formar um novo partido. Ela usa como base a reunião que Guilherme Boulos teve com petistas, como Lindbergh Farias e Tarso Genro, e membros do PSOL, e que teria despertado a revolta de Lula, principalmente pelo silêncio de Lindberg Farias a respeito do encontro.
É preciso ser muito ingênuo para acreditar que esses comunistas agem sem o aval das lideranças. Tudo não passa de movimentos táticos de sobrevivência. Eles estão sempre criando novas embalagens para vender o mesmo produto, a eterna porcaria que é o socialismo, um pretexto para concentrar o poder e expropriar a riqueza alheia.
Cantanhêde chama essa quadrilha simplesmente de “esquerda”, e trata com a maior naturalidade essa discussão por um novo partido, que seria, segundo ela, contra o PT. Que piada! Como se o PSOL fosse contra o PT! Como se a Rede fosse contra o PT! São todos linhas auxiliares do PT, ora bolas! Qualquer um sabe disso. Menos a jornalista?
Talvez ela nunca tenha ouvido falar da “estratégia das tesouras”, mas a extrema-esquerda é mestre nisso. Cria “oposição” dentro da própria esquerda, entre os “radicais” e os “moderados”, sendo que todos são absolutamente radicais, e com isso passam a imagem de pluralidade e dissidência legítima, enquanto na prática são os mesmos canalhas tentando chegar ao poder para roubar os trabalhadores.
Quem pode levar a sério uma articulação política de Guilherme Boulos, líder do criminoso MTST? Em qualquer país sério, Boulos já estaria preso! Mas no Brasil ele recebe coluna em grande jornal e é tratado como um legítimo representante da esquerda, que teria apenas uma visão de mundo diferente, alternativa.
E reparem agora no mais absurdo: enquanto a jornalista do Estadão (não é da Carta Capital) se recusa a chamar Boulos de extrema-esquerda (vai ver quem defende uma revolução comunista e o modelo venezuelano é “moderado” agora), ela não titubeia ao rotular de extrema-direita quem está clamando pela intervenção dos militares nessa bagunça toda:
Assim como a esquerda se rearticula, as demais forças também. Entretanto, a extrema direita defender a volta da ditadura militar não é articulação, é ameaça.
Reaglutinação implica novas lideranças, debates sobre o País e reunião de pessoas que veem o mundo, o Brasil, a política, a economia, o papel do Estado e a força do setor privado sob a mesma ótica. É fundamental nesse processo excluir os condenados pela Justiça e os que criaram falsos partidos só para levar vantagem. Logo, reaglutinação partidária sem reforma política é chover no molhado.
Quem está pedindo a volta da “ditadura” militar? Poucos, pouquíssimos. Já a intervenção dos militares, constitucionalmente prevista, alguns pedem mesmo. Podemos discordar – e eu discordo – mas é preciso rotular de “extrema-direita”, ainda mais quando nunca a esquerda, por mais radical que seja, é chamada de extrema-esquerda?
Eis a tática dos jornais brasileiros: a extrema-esquerda não existe, enquanto qualquer coisa à direita do PSDB, que é de centro-esquerda, é logo rotulado de extrema-direita! Até quando vamos considerar normal que comunistas criem “partidos” de fachada para articular golpes, com a conivência da mídia? Quer dizer que a “extrema-direita” representa uma ameaça, mas a extrema-esquerda comunista, invasora de terras e propriedades, criminosa, é somente uma “esquerda que se rearticula”?
Rodrigo Constantino
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