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Adoro os filmes de Woody Allen. Acho seu lado obsessivo muito engraçado, um humor quase involuntário, que ele mesmo demorou a entender como fazia os outros se divertirem tanto. Gosto do humor inglês, sutil, inteligente, que faz a gente sorrir mais do que gargalhar. Mas confesso: não consigo achar tanta graça em nossos humoristas brasileiros. Acho a maioria afetada demais, esculachada demais, forçada demais, apelativa demais.

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E, para piorar, nossos humoristas se acham grandes pensadores políticos, quando não “poetas”. É uma falta de noção que com certeza acaba refletida em suas carreiras. Como se não bastassem as colunas de Gregorio Duvivier na Folha, temos também que aturar – nós assinantes – o espaço dominical do Estadão sendo ocupado por esse tipo de coisa:

Convenhamos: é constrangedor. Era para rir? Era para um público infantil? Se o colunista estava sem ideias, era melhor simplesmente deixar outra pessoa utilizar o espaço, não é mesmo? Francisco Razzo, em sua página do Facebook, comentou:

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Fábio Porchat assinou seu atestado de completo imbecil com esta última coluna “Fora, Cunha!”. Pior não é isso, o pior foi Estadão — e os assinantes — pagarem pra “ler”. Se bem que, cá entre nós, Porchat representa bem o tipo de leitor que cativa, como eu disse ontem: analfabeto e politizado.

Nada pior do que o sujeito “politizado” que não entende absolutamente nada de política. Razzo continua, numa campanha que eu endosso:

Se o problema do Estadão for falta de colunistas competentes para escrever no jornal de Domingo, eu posso enviar uns artigos de graça. Garanto que serão melhores do que dar cusparada nos leitores com “Fora, Cunha!” ad nauseam.

Alô, Estadão! Sou assinante e admirador do jornal há anos. Seus editoriais são um primor de forma e conteúdo. Não queime seu filme com colunistas deste naipe. Chamem o Razzo para escrever de graça. Tenham mais respeito com seus leitores, que costumam exigir um nível acima da Falha de São Paulo…

Rodrigo Constantino

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