Assim que soube a identidade do atirador de Virgínia, que abriu fogo contra diversos republicanos num jogo de baseball, fiz aquilo que todo jornalista faria: fui pesquisar seu nome nas redes sociais. E lá estava, no Facebook, a página do sujeito, com foto de capa de Bernie Sanders, o senador democrata que disputou as primárias com Hillary Clinton, além de fotos em defesa do “socialismo democrático” e mensagens de ódio ao presidente Trump. Escrevi imediatamente um texto sobre o assunto.
E ainda bem que sou rápido, pois quase tão rápido foi o Facebook em retirar a página do ar. Isso mesmo: quem tentar entrar na página oficial do atirador não vai mais conseguir, vai encontrar uma mensagem como esta:
Pois bem: não sei ao certo o motivo pelo qual o Facebook decidiu tirar a página do ar. Será que houve pedido da polícia? Difícil acreditar. Qual seria, então, a razão para tal medida? Por que não deixar o público conhecer melhor quem era o atirador? Será que mais informação pode ser prejudicial? Mas não é importante saber como pensa um tipo desses?
Ou será, talvez, que o critério usado pela rede social foi o posicionamento político do sujeito? Fosse ele um republicano a atirar em democratas de esquerda, será que a página teria sido apagada na mesma velocidade? Ou será que todos poderiam ver, várias vezes, as imagens de homenagem a Trump e ódio a Obama estampadas lá?
Não sei a resposta. Só sei que o Facebook – ou Foicebook, para alguns – possui critérios muito estranhos. Sim, porque se a página oficial foi apagada, consta que outras, claramente falsas, criadas hoje mesmo, continuam lá, para quem quiser ver. Uma delas associa de forma cafajeste o atirador com a NRA, defensora do direito individual de possuir e portar armas:
Nessa página fake, a inversão é total: o cara passa a admirar Trump e defender bandeiras de direita. Mas a página está lá, para quem quiser ser enganado, e no momento em que escrevo conta com mais de cem curtidas e 240 seguidores. E não é a pior. Essa outra enaltece o ato dele, com base em Malcolm X:
Essa página abjeta conta com apenas 6 curtidas de idiotas potencialmente psicopatas, que deveriam ser inclusive investigados pelo FBI. Mas eis o ponto: por que a página oficial, que comprova os laços do atirador com o Partido Democrata e sua ala mais radical, foi retirada do ar, enquanto essas páginas falsas permanecem lá?
Não estamos lidando com amadores. Só lembrando que o próprio Facebook lidera uma campanha contra as “fake news”, após ser acusado pela esquerda de não filtrar (o suficiente?) páginas de direita. Fica mais fácil entender o que Trump quer dizer quando fala em “Fake News”, não é mesmo?
Rodrigo Constantino
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