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Por João Luiz Mauad, publicado pelo Instituto Liberal

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É claro que não assisto propaganda eleitoral “gratuita”, mas às vezes é inevitável. Ontem, enquanto dirigia, fui obrigado a ouvir a propaganda da Jandira Feghali, no rádio. O texto dizia mais ou menos o seguinte (cito de memória): “não adianta eles tentarem, pois as mulheres não vão voltar para o tanque, os negros não vão voltar para a senzala e os LGBTs não vão voltar para o armário…”

Fiquei pensando: caramba, será que existe alguém, em pleno Século XXI, defendendo coisas do gênero? Claro que não! Eu pelo menos nunca vi. Ali estava, portanto, um exemplo claro da chamada “falácia do espantalho”, uma técnica de retórica e argumentação amplamente utilizada pela esquerda, que consiste em atribuir falsamente aos seus oponentes certas práticas, opiniões e argumentos, a fim de defender o seu exato oposto.

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Mas o pior de tudo mesmo é que os desavisados que ouvem dona Jandira falar desse jeito saem com a nítida impressão de que a ideologia comunista/coletivista abraçada pela candidata a prefeita foi, de alguma maneira, responsável por aquelas conquistas das mulheres, dos negros e dos LGBTs.  Ledo engano!

Se os negros deixaram as senzalas, muito se deve ao movimento liberal iluminista inglês dos séculos XVIII e XIX, que, em conjunto com os cristãos reformistas, iniciaram a luta pela abolição da escravatura, uma tradição humana que durou vários séculos, desde a antiguidade.

Quanto às mulheres e o tanque, se este utensílio doméstico encontra-se hoje quase aposentado – e não duvido que em muito pouco tempo a maioria das novas residências já não o tenham -, isto se deve à evolução do modelo capitalista e ao incremento das novas tecnologias, cada vez mais em conta e, por isso, acessíveis à maioria da população.

Finalmente, falemos da saída dos gays do armário.  Quem ouve Jandira falar pode sair com a firme impressão de que os seus amiguinhos e ídolos comunistas sempre foram ferrenhos defensores da causa gay.  Mas a verdade é que os comunistas sempre foram os seus grandes algozes.

Enfim, trata-se de um discurso que em nada surpreende aqueles que conhecem a forma desonesta com que a esquerda costuma fazer política, até porque coerência e honestidade intelectual nunca foram o forte dessa gente…

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