Por Júlio César Cardoso, publicado pelo Instituto Liberal
Os exemplos nos têm mostrado que os políticos são os piores administradores públicos. Se o país fosse administrado pela iniciativa privada ou através de práticas empresariais seríamos uma nação pujante e desenvolvida.
Na iniciativa privada ou empresarial há responsabilidade e preocupação em obter resultado positivo na gestão. Ou a empresa quebra por má administração ou problemas conjunturais do país, assumindo solidariamente os sócios o prejuízo, ou ela é austera – portanto, vitoriosa – no controle de seu caixa e de seus investimentos, o que não ocorre na área pública.
Se no Brasil o gestor público (político) fosse invariavelmente responsabilizado por má administração, os políticos repensariam antes as suas candidaturas ao Executivo.
E a irresponsabilidade do gestor público é tão grande que há políticos que defendem, por exemplo, a atualização da planta de valores do IPTU para resolver problema de caixa das prefeituras, impondo aos munícipes o ônus de arcar com as malversações administrativas.
Mas a luz no fim do túnel começa a acender. Pois bem: o primeiro governador eleito pelo Partido Novo, o empresário Romeu Zema, promete administrar Minas Gerais com as melhores práticas da inciativa privada.
Aqui reproduzo, para reflexão, alguns tópicos da entrevista feita pela revista Veja com o governador eleito de Minas Gerais.
– É preciso levar o senso de urgência típico do setor privado para a administração pública. A população, por sua vez, será informada pelas redes sociais sobre as razões de eventuais fracassos. Entregar resultados como o corte de privilégios e cargos de indicação política é o primeiro passo para o sucesso na renegociação da dívida com a União.
– Minha eleição e, de certa maneira, a de Jair Bolsonaro, representam uma reforma política que os políticos não quiseram fazer. A população decidiu fazê-la pelo voto. Temos de rever a quantidade de deputados estaduais e federais. Há o voto distrital, que é necessário para melhorar a representatividade. Precisamos de eleições mais baratas. O eleitor quis dizer: “Prefiro arriscar no que eu não conheço a continuar errando como sempre errei”.
– Para reequilibrar as contas de Minas Gerais, o terceiro estado mais endividado do país, “tenho um plano baseado em três pontos. O primeiro é uma redução drástica de despesas. Quero servir de exemplo. Só vou receber meu salário quando o pagamento do funcionalismo estiver em dia. Não vou morar no Palácio das Mangabeiras, posso alugar ou comprar uma casa e pagar do meu bolso. Vou reduzir o número de secretarias de 21 para nove e cortar pelo menos 80% dos cargos de indicação política (são cerca de 4000 postos). Vamos rever contratos com fornecedores (…). O segundo ponto é fazer o estado deixar de ser inimigo de quem trabalha. Queremos atrair empresas e aumentar a arrecadação de impostos com a retomada da atividade, sem elevar a carga tributária. E o último ponto já está em andamento. Nosso economista é o Gustavo Franco (ex-presidente do Banco Central). Ele já está em contato com o Ministério da Fazenda para renegociar a dívida de Minas Gerais com a União.”.
– Fiquei surpreso ao saber que o Executivo tem uma mini frota aérea, com alguns helicópteros e jatinhos à disposição. Quando tiver de viajar até Brasília, pegarei um voo de carreira. Sempre fiz isso como empresário. (…) as estatais viraram um cabide de emprego.
Com práticas da iniciativa privada e tendo como bandeira a meritocracia, o novo governador eleito de Minas Gerais pretende (1) gastar menos do que se ganha, senão, no setor privado, a empresa vai à falência; (2) medir o desempenho dos funcionários, para que os bons e os ruis não sejam tratados da mesma forma; (3) não preencher os cargos do secretariado com indicações políticas, etc.
Assim, para atrair profissionais qualificados para o seu governo, Romeu Zema informa que “para nossa surpresa, já recebemos 12.000 currículos, muitos de pessoas com um histórico profissional excelente”.
Sobre o autor: Júlio César Cardoso é Bacharel em Direito e já atuou como servidor federal.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS
Deixe sua opinião