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FARMLAND: O “legado” de Mandela e o drama dos agricultores sul-africanos

Por Ricardo Bordin, publicado pelo Instituto Liberal

É um descuido muito comum esquecer de incluir os povos africanos na lista de vítimas do ideário coletivista e revolucionário que se alastrou pelo planeta no século XX. Angola, Benim, Congo, Etiópia, Moçambique, Somália, Zimbábue: todos estes países, entre as décadas de 1970 e 1990 (e, em algum grau, até a presente data), experimentaram as agruras de governos totalitaristas que justificavam suas ações com a busca de igualdade e com promessas de correções de injustiças sociais. Sim, o comunismo ajudou (e muito) a enterrar o continente africano na fome e no sofrimento.

Mais comum ainda é deixar de fora dos relatos históricos a profunda ligação de Nelson Mandela com o movimento comunista — erro parcialmente compensado pelo esforço de alguns poucos abnegados produtores de conteúdo intelectual¹. A África do Sul, em verdade, ainda vive sob à sombra desta ideologia que, por onde passa, tal qual fosse uma nuvem de gafanhotos assassinos, deixa um rastro de ódio entre grupos de membros da sociedade e produz atraso civilizacional².

Tal distorção do passado ocorre muito por conta da narrativa maciçamente propagandeada por praticamente toda a classe falante (incluindo desde jornalistas a professores, passando por artistas, escritores, historiadores e filósofos), a qual delega ao colonialismo e ao escravismo promovidos pelo homem branco ocidental a responsabilidade e a culpa por todo e qualquer problema enfrentado pelas nações africanas hodiernamente.

Pois foi com o objetivo de jogar alguma luz sobre as trevas deste cenário distorcido pela mentira profissionalizada que a canadense Lauren Southern resolveu produzir o documentário Farmlands — “terras cultivadas”, em tradução livre. Em sua obra cinematográfica, ela relata o drama vivenciado por brancos proprietários de terrenos rurais na África do Sul. O trailer legendado já está disponível:

Não se trata de nada muito diferente dos métodos utilizados usualmente por todos aqueles que promovem “reforma agrária” mundo afora (leia-se: abolição da propriedade privada rural): procura-se deslegitimar a posse das terras alegando que foram adquiridas com base na exploração de “minorias”; então guerrilhas armadas são financiadas e insufladas a promoverem invasões — normalmente os agropecuaristas já foram desarmados pelo governo; a imprensa sempre promove a cobertura destes ataques retratando os invasores como vítimas do capitalismo cruel; leis que preveem o confisco de terras (mesmo as produtivas) em nome da “redistribuição de riquezas” são aprovadas pelos legisladores; e então a escassez e a fome entram em cena.

Tudo muito semelhante ao que ocorreu no Zimbábue recentemente, quando mais de 800 fazendeiros brancos foram obrigados a fugir do país com suas famílias durante o regime de Mugabe, gerando um grave crise de produção de alimentos, uma vez que esses levaram consigo o know-how acumulado por gerações. A história, tudo leva a crer, está prestes a se repetir mais ao sul do continente.

A esquerda vive do ressentimento e da inveja. Segregar é uma imposição vital, portanto. Semear o rancor é seu ganha-pão diário. Nesta conjuntura, não é de se estranhar, por exemplo, que o meme “It is OK to be white” tenha causado protestos (não é legal ser branco, então?), que movimentos racistas como o Black Lives Matter matem em função da cor em nome de sua “legítima causa”, que Oprah declare que todos os brancos idosos deveriam morrer, que “educadores” pretendam extirpar pensadores europeus brancos dos livros escolares (menos Marx, Rousseau e Foucalt, por certo), que Lula perdoe dívidas de ditaduras africanas com o Brasil a fim de compensar a suposta “dívida histórica” do Ocidente — e quem sabe garantir seu asilo político em um breve futuro³.

Foi por isso que Lauren Southern resolveu narrar estes lamentáveis episódios, que podem até mesmo conduzir a África do Sul ao genocídio e à guerra civil, pelo viés dos agricultores brancos: porque a grande mídia, como de praxe, irá solenemente ignorar suas razões e retratar os perpetradores dos atos violentos como mártires na busca por um mundo melhor — exatamente como fez com Mandela.

O preconceito racial contra brancos (ou “reverso”, como alguns querem chamar) já é uma realidade. Muitos alegam, todavia, que somente negros poderiam ser atingidos por racismo, partindo da premissa de que contra eles se deu a escravidão moderna, muito convenientemente “olvidando-se” do fato de que escravos são um espólio de guerra como qualquer outro.

Ser escravizado, portanto, é um fado que atingiu, durante a trajetória da humanidade, absolutamente todas as etnias — inclusive eslavos (brancos de olhos azuis) que foram escravizados por séculos no entorno do Mediterrâneo — , mas que só viu seu fim e proibição no Ocidente “opressor”.

Para este pessoal de memória curta, ouçam o que Mister Catra tem a dizer a respeito do tema (sim, ele mesmo, negro e oriundo de estratos sociais miseráveis):

Pois é. Acabar com o racismo é fácil, como bem ensina Morgan Freeman. O problema é todos aqueles que lucram e amealham capital político com esta forma primitiva e cruel de coletivismo concordarem:

Na expectativa por este importante documentário…
¹ https://mises.org.br/Article.aspx?id=1758&ac=61769

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