Por Paulo Bressane, em O Tempo
Durante a campanha eleitoral, todos os candidatos a prefeito fazem sua peregrinação nas favelas. Normalmente, fica só nisso, pois políticos não são bons gestores e não se interessam, ou não têm a menor ideia sobre como devem iniciar um trabalho efetivo de melhora social nas “comunidades”. Pois bem, seja lá quais forem os vencedores do pleito, sugiro que comecem consultando o competente economista Paulo Rabelo de Castro, presidente do Instituto Atlântico, que realizou um trabalho pioneiro de regularização fundiária no Morro do Cantagalo, em Ipanema. O “princípio da auto-regulamentação” implantado por Paulo, é a resposta a uma questão que me incomoda desde quando era jovem: Porque o poder público não se empenha em organizar a infraestrutura urbana e dar títulos de propriedade aos favelados, deixando que o mercado privado faça o resto?
HOJE sei que os motivos do crescimento das favelas são muito complexos, mas dá para dizer que uma destas questões está diretamente ligada aos interesses políticos, principalmente os da esquerda socialista, que veem ali um enorme celeiro de votos para suas aspirações públicas. É ali, em meio a ruelas e esgotos a céu aberto, que o “Estado benevolente” finge se mostrar protetor, e com isso acaba impedindo a entrada do desenvolvimento pelas vias libertadoras do livre mercado. Ou seja, a situação nas favelas não melhora porque a classe política não se interessa por programas de longo prazo, e dar aos moradores o direito de legalizar suas casas os tornariam mais independentes.
PAULO RABELO mostrou o caminho em uma entrevista ao Instituto Millenium: “O cidadão, com a segurança do título de propriedade, vai investir o dobro na reforma, ampliação e aumento do conforto da sua residência, o que se traduz em mais salubridade e menos doença. Quando se soma isso tudo e multiplica por 15 milhões, ou seja o número estimado de propriedades irregulares no Brasil, chegamos a um número fabuloso de R$ 1 trilhão em potencial de valorização e enriquecimento da sociedade brasileira caso o projeto Cantagalo seja aplicado em nível nacional… O efeito social disso pode ser, em dez anos, o maior programa social do mundo, com R$ 1 trilhão de aumento de riqueza contabilizável. O que nós precisamos fazer é divulgar que isto não é nenhum milagre e pode acontecer por iniciativa de pessoas como eu, você e quem nos lê.” Alô prefeitos, o desfavelamento do país é possível, então, tenham coragem, e abracem uma causa real.
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