Hélio Schwartsman abriu o espaço de sua coluna hoje para a antropóloga Debora Diniz, em nome de seu lado feminista e da campanha #AgoraÉQueSãoElas. A professora falou da população carcerária feminina, que aumentou muito nos últimos anos. Para ela, o grosso disso se deve ao “tráfico de drogas”, assim entre aspas, e atinge as negras, pardas e pobres. Ainda deu um jeito de culpar os homens pelos crimes das mulheres, pois são eles as más influências em suas vidas.
Ok, ok. Mas fiquei aqui a pensar: essa turma coletivista usa estatísticas como lhe convém, ignorando relação de causa e efeito e apelando para outras táticas espúrias. Mas vejamos: se a maior quantidade de presos negros e pardos no total de homens é prova de racismo na sociedade, e se a maior quantidade de negras e pardas no total de mulheres também, então a conclusão lógica seria constatar que a imensa maioria de homens no total geral é prova… do feminismo na sociedade?
Pensem comigo, caros leitores: esqueça causa e efeito, deixe de lado o fato de que indivíduos agem, e vamos enxergar só categorias coletivas, como fazem nossos ilustres coletivistas. Se quase 95% do total da população carcerária brasileira são compostos por homens, e apenas pouco mais de 5% por mulheres, isso quer dizer que há uma clara desigualdade no mundo da punição ao crime, não é mesmo?
Só vou respeitar feministas igualitárias quando elas combaterem essa absurda desigualdade! Onde já se viu? Os reis do combate à desigualdade precisam se manifestar. Queremos mais homens brancos nos times de basquete! Queremos mais conservadores na quadro docente das universidades federais! E sim, queremos mais mulheres em termos proporcionais na cadeia!
Ou não? Ou vamos valorizar mais o… indivíduo, essa figura totalmente ignorada pelos coletivistas igualitários? Quer dizer que há bem mais presos homens do que mulheres porque eles praticam mais crimes, e isso não é prova de feminismo na sociedade? Ah, então talvez, apenas talvez, o fato de ter mais negros e pardos presos tenha alguma ligação com a quantidade maior de crimes por eles praticados? Quer dizer que há mais negros nos times de basquete porque eles costumam jogar melhor esse esporte? E quer dizer que as belas vão para as passarelas porque o público as prefere no lugar das feias?
Os igualitários, com um pouco mais de esforço, podem acabar descobrindo, pasmem!, que os indivíduos são diferentes! Que a cor da pele, o gênero, a classe social, não definem o caráter, a atitude das pessoas! E com um pouco mais de esforço, as feministas podem descobrir até mesmo que o homem e a mulher não são inimigos mortais, e sim complementares porque são diferentes!
Sonhar não custa muito…
Rodrigo Constantino