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Gravei um vídeo não faz muito tempo sobre o confisco que o governo faz dos salários dos trabalhadores brasileiros por meio do FGTS. Considero esse um tema de vital importância, pois além de algo extremamente injusto, representa um obstáculo ao aumento da poupança efetiva doméstica no país, algo sem o qual os investimentos não têm como crescer de forma sustentável. Eis a mensagem:

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httpv://www.youtube.com/watch?v=bVcmr4CJU3Y&feature=share&list=UUsQZuqvj2yp6DK39TooDd6Q&index=14

Mas vi hoje, no blog do Mansueto Almeida, que estava sendo benevolente com o governo. Na verdade, trata-se de um duplo confisco:

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Não há coisa mais imoral no Brasil do que a “tunga” que o governo faz na poupança forçada do trabalhador: O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Este fundo é um poupança forçada criada no início da ditadura militar para aumentar a poupança doméstica para ajudar no financiamento do investimento.

[…]

Mas se o governo quer a ajuda “compulsória” do trabalhador para poupar, pois o Leviatã não consegue fazer o mesmo, deveria pelo menos pagar aos poupadores um rendimento condizente com a poupança. Mas não é isso que acontece.

[…]

Esse confisco aumentou ainda mais nos primeiros 38 meses do governo Dilma. Neles, o FTGS rendeu em média 3,6% ao ano, contra uma inflação média anual de 6,2%. Em média, portanto, o trabalhador viu sua poupança no FGTS sofrer uma perda de 2,4% ao ano.

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[…]

Menos de 24 horas (mais rápido, portanto, que Jack Bauer) depois das declarações do nosso ministro [Mantega], o jornal Valor Econômica publicou matéria que mostra que uma parte da dívida da Caixa Econômica Federal com o FGTS, algo com R$ 10 bilhões, será transformado em dívida subordinada na instituição. Esse valor praticamente duplica o valor da divida da CEF com o fundo que já era considerada em dívida subordinada (R$ 11 bilhões de R$ 200 bilhões).

Em resumo, bancos públicos continuam precisando de aportes crescentes do Tesouro só que agora, isso é feito de uma forma disfarçada. Não sei os poupadores gostariam desse tipo de operação, aprovada pelo Conselho do FGTS. Esse tipo de operação me parece um desvio de finalidade do uso do FGTS.

Parece sim, e é! O trabalhador já é “convidado” a transferir poupança compulsória ao governo por meio do FGTS, e ainda tem que aturar o governo usando tais recursos para tampar rombo de bancos públicos, que emprestam de forma irresponsável apenas com critérios políticos.

Ou seja, não só o trabalhador é “tungado” em sua poupança, como ela é direcionada a fins condenáveis, que em nada melhoram a qualidade de vida do mesmo trabalhador. É pura transferência de renda do pobre para os mais ricos ou irresponsáveis (que tomam mais crédito do que deviam e depois ficam inadimplentes).

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Com tais mecanismos de incentivo em jogo, alguém fica espantado com uma taxa de poupança ridícula abaixo de 13% do PIB?

Rodrigo Constantino