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Fila para escoar safra brasileira, mas um bilhão do BNDES para Cuba!

Lembro quando li, há muitos anos, o famoso livro de Stephen Covey, Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes, que o autor questionava quais eram as reais prioridades de um aluno, quando este dizia que não poderia assistir a aula porque tinha algum compromisso.

O aluno é forçado a reconhecer que não se trata de uma questão de não poder ficar para a aula, e sim de que ele prefere a alternativa. Covey, então, diz que são em nossos atos que podemos verificar quais são as nossas prioridades de fato.

Isso me meio à mente após ler a notícia de que o próprio ministro da Secretaria Especial dos Portos (SEP), Antonio Henrique Silveira, admitiu que seria muito difícil evitar as filas para escoar nossa produção agrícola.  “O País precisa de mais infraestrutura, mas não é possível provê-la imediatamente”, afirmou o ministro.

A solução encontrada pelo governo foi multar os caminhoneiros que não fazem o agendamento prévio. Ou seja, na falta de infraestrutura portuária, o jeito é controlar minuciosamente o transporte, de cima para baixo, em uma espécie de racionamento rodoviário.

O ministro se considera um “soldado da presidenta”. De fato, a generala tem muitos soldados por aí, obedientes e fieis. Só não tem senso de prioridade. Afinal, com tantos gargalos em nossa infraestrutura, inclusive e principalmente a portuária, eis que seu governo decide usar o BNDES para emprestar quase um bilhão de dólares para a ditadura cubana fazer seu porto de Mariel.

Mostramos nossas prioridades, como dizia acima, em nossas atitudes, não em nossa fala. Palavras saem ao vento com facilidade, promessas não custam nada, e a retórica mira as eleições. Mas no dia a dia, na hora de tomar as decisões concretas, com base em recursos escassos, é que mostramos o que realmente vemos como prioritário.

O governo Dilma fez sua escolha: o porto cubano é mais importante do que nossa própria infraestrutura. Continuaremos convivendo com enormes filas para escoar nossa produção, com um custo elevado de logística afetando a produtividade da nossa economia. Mas Fidel e Raúl, a dupla de tiranos assassinos, terão um porto novo em folha graças aos recursos brasileiros, para exportar sabe-se lá o quê.

Cada um com suas prioridades. Só não dá para negar que são prioridades…

Rodrigo Constantino

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