Eis o que Vanessa Andrade, filha do cinegrafista Santiado Andrade, morto por black blocs durante uma “manifestação”, tem a dizer ao militante petralha disfarçado de humorista Gregorio Duvivier:
Eu prefiro acordar nesse dia 6 – um dia depois do aniversário do meu pai e da publicação de um certo artigo – e pensar como Gregório Duvivier. Pra ele Santiago Andrade não existe, não morreu. Aqueles dois mascarados, ele diz, em geral têm 12 anos, espinhas e mochila cheia de roupa preta e remédios pra acne.
Mas, olha, Gregório, pelo menos concordamos em um ponto. Você diz que existem muitas razões pra ter medo. Mas não as mesmas razões. É verdade, te juro. Você está aí, com seu programa bacana, aparecendo na TV e na web, tá aí ganhando sua graninha, até mostrou sua casa bacana para uma revista outro dia. Eu tô aqui, batalhando na vida também, com alguns sonhos interrompidos, carregando o sobrenome Andrade na identidade e no peito. Eu tô aqui, Gregório, lembrando bem do sangue de Santiago Andrade nas mãos, sentindo as feridas com meus dedos e revivendo um rosto tão alegre deformado por um rojão. Uma bomba atirada pelos black blocs, esses aí que você defende em um texto lindo e com português impecável. Esses que você diz não ter medo.
Da próxima vez, só lembra de ouvir os dois lados, princípio básico do jornalista, aliás, da vida. Sai desse ar condicionado e vem aqui que eu te conto quem é Santiago Andrade. Garanto te dar uma aula sobre as verdadeiras vítimas desse seu discurso infeliz e desrespeitoso. Tenha um bom dia, senhor Gregório Duvivier.
E aos dois BLACK BLOCS assassinos de meu pai, a justiça ainda irá prevalecer.
Torcemos que sim, Vanessa. Pessoas decentes sabem que esses black blocs não são “garotos espinhentos”, mas sim fascistas em ação, potenciais assassinos. O fato de um famosinho como Greg defendê-los apenas demonstra como vivemos numa sociedade disfuncional, com valores invertidos, onde defensores de bandidos conquistam os aplausos de uma legião de idiotas e espaço na imprensa “golpista”.
O consolo é que todas as pessoas de bem sabem que Gregorio é um mequetrefe, um “zé ruela”, para usar expressão do meu tempo de garoto. Só quem o leva a sério são os idiotas como ele, mimadinhos encantados com a própria voz que olham no espelho e enxergam a imagem de um herói abnegado refletida, de alguém que “luta pelos mais pobres”, enquanto na prática destilam apenas preconceitos e demonstram toda essa insensibilidade para com trabalhadores verdadeiros, vítimas dos marginais que defendem.
Greg mereceu esse tapa na cara. Não passa de um fedelho metido a intelectual. Caminha a passos largos rumo ao ostracismo completo.
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