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O candidato do PSOL a prefeito do Rio, Marcelo Freixo, divulgará na próxima segunda-feira, primeiro dia da última semana de campanha, uma carta aberta para tentar desfazer a imagem de radicalismo de sua candidatura. A intenção é neutralizar ataques do adversário, Marcello Crivella (PRB), que tem classificado o projeto de Freixo de ultrarradical e feito críticas a seu programa de governo, frisando que suas propostas vão causar uma expansão descontrolada dos gastos públicos municipais.

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Freixo pretende também reduzir a resistência ao PSOL junto a eleitores de candidatos derrotados no primeiro turno. A informação sobre a carta foi antecipada pela coluna Radar, no site da revista “Veja”.

O documento será veiculado em seu programa no horário eleitoral e divulgado na internet. Também deverá ser citado na entrevista diária do candidato à TV Globo, o espaço de maior exposição da campanha.

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O texto ainda está sendo finalizado, mas será curto, e incluirá cerca de cinco pontos. Entre eles, a promessa de ser responsável com as contas da prefeitura, de não fazer nenhuma indicação partidária no Secretariado e de manter diálogo e boa relação com o setor empresarial e as outras esferas de poder, como os governos estadual e federal.

Questionado se o veto de indicações partidárias para o Secretariado incluiria seu próprio partido, Freixo afirmou ontem que nenhum dos seis vereadores eleitos pelo PSOL será nomeado secretário.

A promessa não deixa de ser outro aceno à moderação. Caso um dos vereadores se tornasse secretário, assumiria uma vaga na Câmara o primeiro suplente da bancada, o atual vereador Babá, representante da Corrente Socialista dos Trabalhadores (CST), ala radical do partido. Semana passada, a CST causou uma crise na campanha ao publicar um texto em seu site chamando o ex-primeiro ministro de Israel Shimon Peres de “genocida”, o que revoltou a comunidade israelita do Rio.

— Os vereadores do PSOL não estarão no governo — disse Freixo.

Nada como a possibilidade concreta, ainda que remota, de vitória, não é mesmo? O PSOL sempre foi o partido radical contra o sistema, o do contra, o que ataca tudo e todos de cima de sua “pureza” artificial. Isso rende cargos eletivos por atrair um nicho do povo, os “estudantes” revolucionários, os “intelectuais” socialistas e os artistas engajados. Mas raramente é suficiente para um cargo executivo majoritário, pois o centro considera esse tipo de postura muito extremista, e é o centro quem decide.

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Por isso Lula, após perder três eleições seguidas e finalmente ter visto chances reais de vencer em 2002, contratou o marqueteiro Duda Mendonça, colocou seu terno Armani, suavizou sua fala e escreveu a famosa “carta ao povo brasileiro”, um engodo que conseguiu “cumprir” nos dois primeiros anos somente, e logo depois foi rasgada, esquecida, ignorada, para que a essência do PT pudesse florescer, vir à tona, com seu projeto totalitário de poder.

O PSOL é o PT de ontem, antes de chegar ao poder. E agora que tem alguma chance, ainda que reduzida, de conquistar a Prefeitura do Rio, percebe que precisa agir como o PT de ontem também, engambelar a parte mais neutra do eleitorado, o centrão. Afasta-se Babá da campanha, afasta-se Jean Wyllys da campanha, e eis que Freixo tenta convencer os desavisados de que o PSOL não é o PSOL, de que ele não é o PSOL, o partido que apoia abertamente o modelo venezuelano e chama um estadista de Israel de “genocida”, o partido que defende os vândalos assassinos dos black blocs.

Quem quiser é livre para acreditar nas promessas de moderação de Freixo, que procura esconder seu partido na reta final. Mas não é livre para evitar a pecha de otário. Afinal, quem não aprende nunca é, no mínimo, muito burro. Quem vota em Freixo é isso: limitado na inteligência, alienado, incapaz de aprender com os próprios erros. Um eterno petista!

PS: Não deixa de ser impressionante o papelão do GLOBO nisso tudo, fazendo quase campanha para Freixo e já criando até mesmo a “ala radical” do partido, como se houvesse a ala moderada. Que piada! O PSOL é todo radical, um partido socialista, defensor de terroristas, de ditadores. Esse jogo sujo da grande imprensa é de embrulhar o estômago. E para piorar, não vai servir para poupar os ataques dos socialistas, que vão continuar acusando o grupo de ser “golpista” e “das elites”. Mas tem veículo de comunicação que também nunca aprende, não é mesmo?

Rodrigo Constantino

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