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No day after de sua derrota na eleição para prefeito do Rio, Marcelo Freixo (PSOL) citou três principais razões para explicar o resultado. A crise da esquerda no Brasil, que ele classifica como a pior desde a ditadura militar, a incapacidade de o partido penetrar na Zona Oeste e, como autocrítica, afirmou que sua campanha ficou “atordoada” e demorou a reagir aos ataques sofridos no início do segundo turno.

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— Arrisco dizer que é o pior momento para a esquerda desde a ditadura. Não lembro de uma crise tão grande. A esquerda não deve dizer que a culpa é de outros atores e esquecer a sua responsabilidade. É hora de autocrítica e entender os erros — disse Freixo, em entrevista ao GLOBO. — Todo projeto de esquerda está pagando caro por isso. Há o fim de um ciclo, erros do modelo de governabilidade, erros cometidos principalmente pelo PT. Mas não adianta crucificar o PT. É fundamental que a esquerda não se vitimize.

No dia em que a esquerda parar de se vitimizar, talvez ela deixe de ser esquerda. Afinal, esquerdismo é vitimismo, é ódio de classes, é “marcha das minorias oprimidas”, é “revolução das vítimas”. O que resta sem isso? A tentativa de monopolizar as virtudes, as boas intenções, a preocupação com os pobres, com as “minorias”, isso é tudo que restou a essa esquerda jurássica, representada por PT, PSOL, PCdoB e Rede.

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A “autocrítica” que Freixo quer para a esquerda não é sobre sua essência, sobre a clara rejeição do eleitor ao seu projeto, e sim tática, sobre como enganar mais gente, como engambelar mais idiotas úteis. Freixo reconhece que não tem acesso à Zona Oeste, ou seja, ele admite, no fundo, que o socialismo que prega é coisa de riquinho do Leblon, de “intelectual” de Laranjeiras, de artista da Lapa.

Ele menciona a capilaridade da TV Record e da Igreja Universal nesses lugares de classe média, mas ignora que contou com o apoio da maior emissora do país, a TV Globo, que tem viés claramente “progressista”, apesar das acusações ridículas da própria esquerda radical. As novelas da Globo são sempre carregadas de mensagem “progressista”, mas isso não tem surtido o efeito desejado. Talvez o erro esteja no povo, incapaz de absorver a mensagem, e não no mensageiro, não é mesmo?

O defensor dos black blocs acerta numa coisa: a crise da esquerda é séria, e tem muito a ver com a desgraça que foi o PT. Mas calma, que você ainda não viu nada! Apesar da derrota nas urnas, essa esquerda ainda detém muito poder na cultura, na imprensa, na Academia, nos sindicatos. E isso vai mudar! A nova direita nasceu e vem aí, para desinfetar o país desse vermelho desbotado, desse socialismo tupiniquim.

Projetos como o Escola Sem Partido vão combater a doutrinação ideológica nas escolas. Alunos corajosos vão enfrentar os militantes disfarçados. Veículos alternativos de imprensa ou nas redes sociais vão desafiar cada vez mais os grandes grupos em total falta de sintonia com o povo conservador. O fim do imposto sindical será realidade um dia, e aí o bicho vai pegar para esses vagabundos fascistas. Deputados vão reagir à campanha de desarmamento que tem tornado o cidadão um refém dos bandidos.

Aliás, por falar nisso, não deixa de ser irônico Freixo temer a perda dos privilégios de deputado, justamente porque ficaria sem seus seguranças armados para se proteger:

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— Minha situação não é igual a outra qualquer. Não tenho nenhum problema de voltar a dar aula (ele é professor de História). Minha única preocupação de ficar sem mandato é a questão da segurança. Mas também não posso pautar minha vida por isso — diz Freixo.

Bem-vindo ao mundo dos reles mortais, de todos aqueles que não podem contar com um aparato de seguranças fortemente armados para se defender. Talvez assim você mude de ideia quanto ao desarmamento, que nunca atinge os poderosos e ricaços. Os Marinho, da TV Globo, não dispensam seus seguranças armados, mas seu grupo faz campanha pesada pelo desarmamento… dos outros. Assim não dá!

E é isso que vai mudar. A crise da esquerda é séria sim, muito séria, e com razão. O esquerdismo fracassou feio, jogou o país no caos econômico e social, falhou em absolutamente tudo. Mas a reação está só começando, e pela área mais urgente, que é a economia. A mais importante no longo prazo, que é a dos valores morais, dos costumes, ainda está carente de reação. Mas ela virá.

Já esboça um princípio de resposta, para pânico dos “progressistas”, a ponto de FHC já falar em união contra os conservadores. A esquerda não se deu conta de que sua revolução cultural está produzindo um grau de indignação que inevitavelmente será canalizada para uma reação, como na Terceira Lei de Newton. Como escrevi alhures:

Enquanto os artistas e “intelectuais” repetirem que ser transexual é a coisa mais normal do planeta, que fumar drogas é liberdade, que rebolar até o chão seminua aos 11 anos num baile funk é diversão, lá estará um bispo ou um crente para reagir, para intuitivamente, sem a necessidade de tantos argumentos racionais, contestar essa depravação toda e remar contra a maré vermelha.

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Estão assustados com os evangélicos, com a TV Record? Esperem até nascer a Fox News Brasil…

Rodrigo Constantino