“Senti vergonha de chegar em casa e contar para os meus pais que eu não pude salvar vidas por ser gay”, desabafou o jovem de 21 anos.
No Brasil, homens que mantêm relações homoafetivas são impedidos de doar sangue se tiveram relações sexuais a menos de um ano por pertencerem a um grupo de risco, segundo a portaria 158/2016 do Ministério da Saúde.
As atuais regras brasileiras estão sendo questionadas pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), no Supremo Tribunal Federal (STF).
Em primeiro lugar, “homoafetivas” não: homossexuais. Vamos parar com esse uso abusivo de eufemismo politicamente correto. Mas vamos lá: então o rapaz resolveu bancar a vítima porque não conseguiu doar sangue? E a reportagem do G1, da Globo, tratou a coisa como absurda e deu a entender que é uma jabuticaba brasileira, que os socialistas bravamente enfrentam para mudar, em prol das minorias?
Muita calma nessa hora! Existe algo chamado comportamento de risco, que não tem nada a ver com “homofobia” (mas tudo é “fobia” hoje em dia). Na época da epidemia da AIDS, os médicos sérios não conseguiram salvar mais vidas justamente por conta da ideologia desses grupos LGBT. Claro que o gay tinha mais chances de contrair o vírus. Mas constatar esse fato era “preconceito”. Então a ciência foi sacrificada no altar da ideologia, e milhões de vidas foram perdidas desnecessariamente.
Alguém pretende convencer seriamente o outro que, via de regra, a vida dos homossexuais é menos promíscua do que a de um heterossexual? Vamos dar uma olhada na Parada Gay? Alguém pretende questionar o fato de que o sexo anal traz maiores riscos para doenças venéreas? Alguém quer refutar a importância do conceito de “profiling”, que é sem dúvida uma generalização que pode ser injusta com indivíduos, mas que é fundamental para várias coisas na vida, como para filtrar potenciais bandidos em multidões?
Sobre o fato de parecer algo apenas de um Brasil atrasado, Leandro Cardim da Silva comentou com ironia:
A homofobia neste mundo é algo inacreditável. Um jovem não pôde “salvar vidas” só porque ele se relacionava com homens.
Países super-homofobicos que adotam a mesma política que o Brasil, de pessoas que pertencem a um grupo de risco (como homossexuais) terem que ficar um ano sem relações sexuais (principalmente anais): Suécia, Finlândia, Suíça, Inglaterra, Canadá, França e vai indo a lista. Infelizmente isso acontece porque a comunidade médica é imensamente homofóbica e heteronormativa, apoiando em massa essas medidas de precaução.
Países super-ultra-mega homofóbicos que fazem um veto permanente a pessoas que tem praticado relações homossexuais de doarem sangue: Alemanha, Dinamarca, Áustria e Noruega.
Países cujas sociedades se descontruíram, deixaram de ser heteronormativas e não possuem veto nenhum: a maioria da América Latina, do Leste Europeu e alguns do Oriente.
Quando que o Brasil e o mundo ocidental vão finalmente evoluir e descontruir sua discriminação contra a comunidade LGBTQRSTUVXZ, que nem a Rússia, a Ucrânia, a África do Sul e a Venezuela fizeram? Espero estar vivo para presenciar esse dia.
Ironias à parte, esse mimimi da esquerda já cansou. É muito vitimismo! Ignoram a teoria dos grandes números, as estatísticas, a ciência, tudo em prol da ideologia. Vou contar, então, uma pequena história pessoal, para mostrar a diferença de postura.
Vivo em Weston, na Flórida, há pouco mais de dois anos. Várias vezes, quando chego na academia, tem um ônibus da Cruz Vermelha parado na porta, com um voluntário convidando as pessoas para doar sangue. Entrei pela primeira vez esta semana. Tentei doar sangue. A enfermeira, ao saber que sou brasileiro e que não estou na Flórida há três anos ainda, explicou que não poderia aceitar. Venho de uma “zona de risco”, com zica e outras coisas similares.
Entendi na hora. Lamentei não poder realizar meu ato de caridade, claro. Mas compreendi que, infelizmente, venho de uma região mais arriscada, e que, por precaução, a Cruz Vermelha prefere sangue de quem não passou pela aventura de viver recentemente no Rio de Janeiro. Nada pessoal. Não era sinal de racismo, de xenofobia, de uma mentalidade elitista que crê no “sangue azul” dos WASP. Seria patético pensar assim.
E seria certamente mais patético ainda capitalizar em cima disso, fazer um discurso de coitadinho, bancar a vítima, e alegar que me senti humilhado por ser tupiniquim, por ser um “cucaracho” impossibilitado de praticar o altruísmo só porque não sou americano.
Pois é. Foi o que esse rapaz fez. É ridículo. E mais ridículo ainda é fazer uma reportagem dessas. O mimado é aquele que só enxerga o próprio umbigo, que julga ser o centro do universo, que confunde seus desejos com “direitos”, e que não consegue se colocar jamais no lugar dos outros. Cresçam, esquerdistas! Amadureçam logo de uma vez!
Rodrigo Constantino
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