Fonte: BBC Brasil| Foto:

Eis como funciona a mente de um coletivista totalitário: todos daquela classe, raça, gênero ou nação devem pensar como ele, que representa essa classe, raça, gênero ou nação. Os que não o fazem só podem ser “traidores”. De preferência, não existem. Era assim que os marxistas enxergavam aqueles proletários que nada queriam saber de revolução comunista. Foram eliminados, pois não pode existir um operário que não entenda a maravilha do comunismo e como os revolucionários incorporavam essa maravilha.

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Como a nova “luta de classes” hoje se dá entre “minorias” e “reacionários”, qualquer um que for parte de uma das várias “minorias” deve, automaticamente, ser um “progressista” de esquerda. Um gay que defende livre mercado e valores conservadores? Isso não pode existir. Só tem um “problema”: existe. A vida é mais complexa do que os modelos simplistas desses coletivistas. Como mostram Ingrid Fagundez e Rafael Barifouse, nessa reportagem da BBC Brasil sobre o que os gays que apoiam Bolsonaro e rechaçam Jean Wyllys pensam:

“Não tem como eu votar em Jair Messias Bolsonaro. Sabe por quê? Porque eu não sou do Rio de Janeiro (Risos). Se eu fosse do Rio de Janeiro, pode ter certeza que o meu voto seria dele. Nossa, mas como assim, você é um gay e você vai votar no Jair Messias Bolsonaro? Pois é, pois escute bem.”

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Em sua página na rede social, Smith Hays, como é conhecido, publica mensagens contra a chamada agenda LGBT, o “kit gay” e as “feminazis” e elogia Trump e o capitalismo.

Ele é um dos representantes de um grupo que tem crescido na internet: o de homossexuais que, contrariando o senso comum, se identificam mais com Bolsonaro (PSC-RJ) do que com o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), o único político declaradamente gay no Congresso Nacional.

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Os motivos que o levam a exaltar o deputado se repetem nas falas de outros de seus apoiadores na comunidade gay ouvidos pela BBC Brasil. As opiniões de Bolsonaro sobre o porte de armas e a pena de morte estão entre algumas das razões mais citadas.

“Defendo a castração química em caso de estupro e o porte de armas. Pena de morte…por que não? Por que uma pessoa não pode fazer um crime brutal e pagar com a própria vida? Temos leis muito brandas nesse país”, diz Junior.

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As críticas ao deputado do PSOL são frequentes e recaem sobre sua forma de defender as bandeiras LGBT, que os integrantes desse grupo consideram agressivas e exageradas.

“É inaceitável que as pessoas se orgulhem de um homossexual vestindo uma camisa de Che Guevara. Como a gente pode elogiar um cara que detestava homossexuais? Partidos de esquerda apoiam a Rússia e a Coreia do Norte, que perseguem homossexuais. É um discurso contraditório”, diz Estellita.

Uma das mulheres mais proeminentes desse grupo majoritariamente masculino é Karol Eller, de 29 anos, que também diz repudiar as atitudes de Wyllys.

“Ele não representa a classe e nunca me representou. Uma das ações mais feias foi quando cuspiu num parlamentar. Quer chamar a atenção dos homossexuais.”

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A rejeição a Jean Wyllys como representante por parte destas pessoas se estende também ao movimento LGBT como um todo. A militância é descrita por eles como “intolerante” e “promíscua”. Quem não quer participar do grupo é segregado, dizem.

“Quem na verdade está fazendo o discurso de ódio é essa minoria dentro do movimento. Apontam o dedo para gays que lidam com a situação de outra maneira. Se você não levanta bandeiras, não vai ser um deles”, diz Eller.

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Gays defendendo posições conservadoras quanto ao avanço de direitos LGBT é algo que pode causar estranhamento em algumas pessoas.

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No entanto, especialistas ouvidos pela reportagem explicam que, apesar de ser algo novo no Brasil, isso já ocorre em outros países, com “os republicanos gays nos Estados Unidos e, em certa medida, também na Europa”, segundo Lopes.

“A orientação sexual não determina ideologia política”, diz o professor da USP.

Pos é, meus caros. É totalmente viável ser gay e detestar Jean Wyllys (aliás, como não fazê-lo?), rejeitar o discurso coletivista e de ódio desses movimentos organizados, entender que por trás deles há uma agenda ideológica socialista e condená-la. Assim como é perfeitamente possível ser gay e valorizar tradições e instituições ocidentais, como a família, como fazia Clodovil, e repudiar a promiscuidade dessas passeatas em nome dos gays. Ser homossexual não precisa ser sinônimo de ser socialista depravado libertino.

É para isso que cada vez mais gente acorda. Mas muitos ainda morrem de medo da patrulha do grupo. Ora, coragem! Chegou a hora de sair do armário. Vocês não têm nada a perder além dos grilhões ideológicos. Vem para a direita democrática você também. Não precisa ser necessariamente apoiando Bolsonaro. Mas já é um bom começo rejeitar Jean Wyllys, Marcelo Freixo e o PSOL…

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Rodrigo Constantino