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Gênero neutro: escola proíbe bermudas e obriga meninos a usarem saias
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Por Thiago Kistenmacher, publicado pelo Instituto Liberal

A locomotiva politicamente correta segue a todo vapor. E a polêmica de hoje envolve a Chiltern Edge School, na Inglaterra, que proibiu os meninos de usarem bermudas mesmo no calor do verão. Saias, no entanto, são permitidas. Isso porque, conforme o jornal The Sun, sob a política de gênero neutro dessa instituição, são autorizadas somente calças ou saias.

Que interessante! Para promover a igualdade dos gêneros são aceitas unicamente calças e saias. As bermudas, por sua vez, são proibidas. Mas vejamos a contradição que se apresenta: se é para o gênero ser neutro, o método deveria ser exatamente o contrário, afinal, não é raro ver mulheres usando calças e bermudas ao passo que, salvo a galerinha do bem descolada e o kilt escocês, os homens não costumam usar saias.

Em vista disso, dada a disparidade com que são tratados os meninos, nota-se claramente uma militância politicamente correta com fortíssimo viés feminista, posto que, se as meninas quisessem usar bermudas – que se tornaram ilegítimas –, elas não enfrentariam as mesmas dificuldades que os meninos têm de vestirem saias.

Ao ser entrevistada, a diretora da escola respondeu que a instituição, “com o apoio dos pais, tomou a decisão de mudar [os uniformes] para um uniforme mais formal.” Pergunto: onde é que rapazes usando saias pode ser concebido como vestimenta formal? Até onde eu sei homens vestem saias quando visam “quebrar paradigmas”; quando querem desfilar e posar de bons moços nos corredores das universidades; e quando pretendem, exatamente, apresentar-se de forma informal!

Se você concordar que a escola do seu filho adote uniformes mais formais provavelmente você estará pensando em sapatos, cintos de couro etc., e ficará estupefato ao ver seu filho voltando para casa de saia.

De acordo com a reportagem do jornal inglês, quando o pai de um dos alunos perguntou se seu filho poderia usar bermudas pelo menos durante o verão, uma vez que ele tem sangramentos nasais quando sente calor, a resposta foi a seguinte: “bermudas não fazem parte do uniforme.” Assim, a escola informou que seu filho poderia usar saias. Resumindo: ou o rapaz usa calças, passa calor e tem sangramento nasal, ou adere ao politicamente correto e usa saias.

O problema não é um rapaz usar saias, se ele assim o desejar. Isso é uma questão dele e dos pais. O problema é ele ser obrigado a vestir uma peça de indumentária feminina.

O pessoal do bem dirá que esta é uma forma de acabar com o preconceito e de quebrar paradigmas. Penso o inverso. Este é por si só um preconceito com tudo o que é socialmente respeitado e, como se não bastasse, é sustentado por uma atitude autoritária.

Imagino o dia em que pais terão que entrar na justiça pedindo autorização para que seus filhos homens possam ir à escola de calças!

Não é por menos que sempre reitero: o politicamente correto não é apenas um fenômeno político que deve ser enfrentado politicamente; é também uma doença psicológica que deve ser tratada por psicólogos e/ou psicanalistas. Por isso já passou da hora de a Organização Mundial da Saúde (OMS) colocar o politicamente correto no rol das epidemias mundiais.

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