Ficou conhecida nacionalmente a tirada de Ciro Gomes na entrevista da qual participamos há quase uma década, em que ele pergunta, após eu defender um corte drástico nos gastos públicos do perdulário governo petista: dá bilhão? Eu respondi que dava muitos bilhões, que só as ONGs e o inchaço ministerial poderiam economizar bilhões, mas o bordão pegou: dá bilhão? O tempo mostrou que dava até trilhão, mas isso é outra história.
O assunto aqui é Paulo Hartung, governador licenciado do Espírito Santo, que parece ter encarnado Ciro Gomes. Mas, em vez de um bilhão, agora a dificuldade é encontrar meio bilhão! Está certo que no pequeno estado capixaba, não no governo federal, o que é bem diferente. Ainda assim, será que é tarefa tão impossível mesmo encontrar meio bilhão? Eis o que disse o governador:
De acordo com o governador licenciado, atender às reivindicações salariais dos policiais é inviável. “Vocês sabem quanto custa esse aumento? Aplique esse porcentual que os políticos ontem se reuniram escondidos para pedir ao governo. Custa meio bilhão! Aonde vamos arranjar meio bilhão?”, indagou.
Hartung pediu “bom senso e equilíbrio”, e criticou todos os envolvidos com a paralisação na Polícia Militar. “Estão manchando a imagem de uma instituição mais que secular. São atitudes grotescas. Quero olhar no branco do olho desses policiais e pedir que respeitem essa instituição, respeitem nosso Estado do Espírito Santo, respeitem o cidadão capixaba. Quem paga essa conta é o cidadão capixaba.”
O governador licenciado também insistiu que o motim é ilegal. “Esse movimento é um movimento ilegal, inconstitucional, e pior: o método adotado por algumas lideranças é um método que dá vergonha. É o método da chantagem.”
Não vem ao caso aqui tratar da legitimidade ou não da paralisação policial, e sim da gastança estatal, que todo governante alega ser impossível de reduzir. Será que é porque gastam mal, com muitas coisas que não deveriam? Como ficou claro depois do meu “debate” com Ciro, a quantidade de desperdício era simplesmente astronômica, gigantesca, sem falar dos gastos “sociais” igualmente inflados. Não dava bilhão: dava uns R$ 500 bilhões, para começar!
Vejamos, então, alguns exemplos de gastos do governo do ES, para ver se a prioridade é a segurança mesmo, e realmente não há mais como aumentar salário de policial. Aqui podemos ver que só o gasto com camarões e queijos finos para sustentar o luxo do governador chega a R$ 3 milhões. Aqui vemos que só de repasse para escolas de samba o governo gasta mais de meio milhão.
Ou seja, se por um lado estamos longe do meio bilhão ainda, já dá para ver, por outro lado, como há desperdício! Quase R$ 4 milhões para queijos, camarões e samba?! Imaginem o que não tem de esqueleto guardado por aí, de rombo desnecessário, de luxo impróprio, de desvio de prioridade. Não mergulhei nas contas do estado, mas posso garantir assim mesmo: não pode ser tão difícil encontrar o meio bilhão! Aliás, só de isenção fiscal concedida por esse governo a empresas, muitas vezes sob sigilo, falam em vários bilhões!
Difícil talvez seja enfrentar politicamente os sindicatos, as ONGs, os artistas, os servidores privilegiados, os empresários “amigos do rei” e todos aqueles que mamam nas tetas estatais e consomem os impostos dos trabalhadores, que deveriam ser destinados justamente para sua segurança. Dá bilhão? Dá meio bilhão? Dá sim. Dá muito mais!
Mas é preciso colocar governantes liberais no poder, não estatizantes como Ciro Gomes, e também mudar a mentalidade do brasileiro, para que ele deixe de olhar para o governo como solução para todos os problemas. Se cuidasse da nossa segurança já estava bom demais, não é mesmo?
Rodrigo Constantino
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