O tema ganha cada vez mais evidência por conta dos projetos de lei em diferentes estados e a histérica reação dos “educadores” brasileiros – os mesmos responsáveis por este modelo fracassado que tem como seu patrono o comunista Paulo Freire. É um dos temas que mais comento aqui no blog, pelo simples motivo de considerá-lo fundamental para a liberdade e o progresso de nosso país.
Nós liberais focamos demais nos assuntos econômicos, o que está certo, mas não podemos deixar de lado o pano de fundo que permite tanta barbeiragem econômica: o péssimo nível educacional, tomado pela doutrinação ideológica. Enquanto não comprarmos esta guerra ingrata, que terá naturalmente forte reação de uma patota organizada e incrustada no estado, na imprensa e na academia, não teremos chance de sucesso.
Fernando Schuller, em coluna na ÉPOCA, analisou o currículo único nacional em detalhes, e mostrou seu claro viés ideológico. É um bom exemplo do que está em jogo aqui. Diz ele:
O viés ideológico da base comum surge com nitidez na área de sociologia. Nos 28 conteúdos sugeridos, o arco conceitual é feito de palavras-chaves como “classes sociais”, “dominação”, “divisão social do trabalho”, “relações sociais de produção”, “movimentos sociais”. Não há, em toda lista, uma única menção a conceitos como liberdade, ética, indivíduo, direitos individuais, mercado, tecnologia ou inovação. Nada sobre a sociedade pós-industrial, de Daniel Bell; sobre a sociedade de rede, de Manuel Castells; ou a sociedade aberta, de Karl Popper. Alguém diria que esses são temas “difíceis”? Não acho. Não é a dificuldade que separa a boa sociologia do proselitismo.
A lista consagra uma visão binária de sociedade, baseada em polarizações de “classe” e movimentos sociais. Linha já adotada em nossos livros didáticos de sociologia. A novidade é que agora ela ameaça se tornar visão “oficial” do Estado brasileiro. No primeiro ano do ensino médio, os alunos aprenderão sobre “localização social, como classes sociais”; No segundo ano, refletirão sobre “movimentos sociais baseados em classes sociais e, no terceiro, “problematizarão a divisão de classes no modo de produção capitalista”. No quarto, fariam uma revolução, imagino. Brincadeira. A expectativa realista é que passem a integrar algum “movimento social”.
Para deixar claro: é razoável que esse tipo de conteúdo seja apresentado como uma dentre outras linhas de interpretação sociológica no mundo moderno. Nada razoável, no entanto, é que ele seja apresentado como “a” sociologia como tal. Como pensamento único, travestido de realidade e pronto a fazer a cabeça dos nossos alunos.
Há vários outros casos, e toda a área de humanas está completamente dominada por tal viés. Além disso, há a “educação sexual”, que mascara uma ideologia nefasta, como a de gênero, que visa a incutir na cabeça dos jovens uma mentalidade libertina e imoral, tentando minar a prevalência dos pais na educação moral de seus filhos. O troço é muito sério. Vejam, por exemplo, esse material “didático” para crianças, aprovado pelo MEC:
Espantado? Chocado? Preocupado? Deveria! Assim como deveria conhecer melhor os direitos dos pais, da família, contra esses “professores”. Vale a pena ouvir essa longa entrevista recente com Miguel Nagib, da ONG Escola Sem Partido:
A situação chegou num patamar intolerável. Militantes disfarçados de professores têm abusado do poder de influência para praticar lavagem cerebral, intimidar quem pensa diferente, rotular alunos conservadores ou liberais de forma pejorativa, asfixiar a liberdade de expressão e pensamento. A censura não é do projeto Escola Sem Partido, e sim dos “professores” comunistas. A lei procura justamente impedir tal abuso.
Não adianta olhar para onde caímos, e sim para onde escorregamos. Não basta aparar arestas, é preciso cortar o mal pela raiz. A grande batalha dos liberais e conservadores é contra a doutrinação ideológica em nossas escolas e universidades. Sem isso, o resto todo se torna paliativo, secundário, como ficar enxugando gelo.
Rodrigo Constantino
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