O prefeito de São Paulo, João Dória, declarou guerra aos pichadores que emporcalham a cidade. Ele está coberto de razão! Essa ideia de que pichação é “arte” vem de desocupados das áreas de Humanas das federais, os mesmos que tratam bandidos como “vítimas da sociedade” e o funk chulo como equiparável à alta cultura. Por trás disso tudo está a ideia de subversão de valores, de relativismo exacerbado que procura macular tudo aquilo que é belo e mais elevado.
Qualquer um ciente do conceito de “janela quebrada” pode compreender o risco que representa uma cidade toda suja de pichação. É o conceito de anomia, de ausência de lei e ordem, que vai se espalhando feito um vírus e acaba por produzir crimes cada vez maiores. Rudolph Giuliani entendeu isso e adotou tolerância zero em Nova York, com excelentes resultados. Os grafiteiros foram alvos das duras medidas policiais.
Por isso devemos aplaudir e incentivar essa batalha travada por Dória, que declarou ao Estadão, sem rodeios: “Pichador não é artista”:
Por que o senhor declarou guerra aos pichadores?
Amo a arte. Sou totalmente a favor da arte urbana, com muralistas e o grafite. Só entendo que precisa ter disciplina. Não pode a cidade inteira estar grafitada. Até porque estabelece uma conexão com aqueles que julgam o que fazem como arte. E não é. Pichador não é artista. É agressor.
Mas por que entrar nisso?
É como se um museu não pudesse estar dentro de um museu. Tivesse de ser a cidade inteira como museu. O fato de ter um museu implica em ter um ambiente adequado, seguro, para que as pessoas possam admirar a arte. A ideia é criar amplas áreas na cidade, para que eles possam expressar e revigorar sua arte, para que você possa ter um café, comprar uma camiseta, uma reprodução dessa obra, criar sustentabilidade para grafiteiros e muralistas.
Não é um tema banal diante de outros problemas?
Estou preocupado com tudo o que é importante para a cidade. Minha obrigação é cuidar da cidade. Não há nada que mude minha decisão de ser um grande zelador.
Dória está coberto de razão. O prefeito já mudou completamente a forma de conduzir a cidade, e isso tem gerado extremo desconforto naqueles acostumados com Fernando Haddad e seu estilo esquerdista de ser: muita retórica e pouco resultado. Talk is cheap, como dizem os americanos. A população quer ver resultados concretos, e para tanto precisa de um gestor eficiente, não de um bom orador.
Quando o prefeito manda passar tinta cinza e apagar pichações nos muros da cidade, isso tem um efeito importante, transmite a mensagem de que há ordem, leis, regras que todos devem cumprir, e alguém no comando para fazê-las valer. Os baderneiros acostumados com a “terra sem lei” terão de se acostumar. E isso começa, sim, nas pequenas coisas, como nas pichações. O entorno importa. Vivo em Weston, na Flórida, onde não se vê uma só palavra pichada em muros. Nas vias expressas, muros limpos acompanham os motoristas por todo trajeto. E isso transmite a ideia de harmonia, beleza e ordem.
A esquerda vai chiar, pois é só o que sabe fazer. Vai dizer que sujar todos os muros com pichações é “uma forma diferente de fazer arte”, e que soa elitista e preconceituoso declarar guerra aos pichadores. Mas a esquerda gosta de niilismo, desordem, marginalidade, anomia. E a esquerda foi justamente derrotada pelos paulistas no primeiro turno. Dória veio para fazer diferente. E começou bem. Em frente!
PS: Vejam o caso de imensa hipocrisia desse “artista”, que gosta de pichar o muro dos outros, mas não o seu:
É o que os americanos chamam de NIMBY: Not In My Back Yard. Nós, brasileiros, dizemos que pimenta no dos outros é refresco.
Rodrigo Constantino