Gustavo Franco está lançando novo livro, sobre a história monetária brasileira. São várias moedas em poucas décadas, muitos zeros cortados, muita hiperinflação, e muita, muita ignorância econômica. O Brasil é, de fato, analfabeto quando o assunto é economia. Heterodoxias esquerdistas ainda seduzem muitos, ocupam espaços na mídia e chegam ao poder por meio dos “especialistas” que se recusam a abandonar o fracasso.
Diante desse quadro sofrível, Gustavo Franco é mais do música para nossos ouvidos: é uma sinfonia de Beethoven em meio ao “pancadão” do funk. É pérola para porcos, sem dúvida, pois sua fala mais técnica não pode ser compreendida pelo grosso da população, o que é uma pena. Franco tem muito a ensinar, mas nem todos estão preparados para aprender.
Não obstante, sempre é possível pescar o essencial, mesmo para os mais leigos. Gustavo Franco, que tem se mostrado mais liberal nos últimos anos, e resolveu sair do PSDB para assumir o comando do instituto do Partido Novo, comenta sobre a conjuntura atual do país também, sobre a necessidade de reformas, sobre o perfil mais ortodoxo do PMDB atual, que não está em seu DNA, e muito mais. Vejam:
A expressão “capitalismo de quadrilha” resume bem o Brasil, mas servem suas variantes antigas também: capitalismo de estado, capitalismo de laços, capitalismo de compadres. No fundo, não é bem capitalismo: é socialismo parcial mesmo, é excesso de estado, a raiz dos nossos problemas. Franco acredita que o liberalismo está na moda, é a bola da vez, e tem vários pré-candidatos querendo vestir a “jaqueta liberal”.
João Luiz Mauad, colunista do Instituto Liberal, elogiou a entrevista, apontando a mistura de inteligência, conhecimento, experiência e elegância, além da defesa de boas ideias. E pinçou as partes que mais gostou:
Destaco sua resposta sobre o que fazer com o produto de eventuais privatizações. Gustavo disse que a melhor alternativa seria a redução da dívida pública, que tem drenado a maior parte da poupança interna. Bingo! Há muito tenho dito que o maior investimento social do governo hoje é a redução do déficit e da dívida pública.
Outra bela resposta foi sobre a questão das elevadas reservas internacionais do país. O que fazer com elas? Gustavo não teve dúvida em sugerir o seu uso para promover uma verdadeira abertura da economia brasileira (uma das mais fechadas do planeta) e com isso incrementar a competitividade do país.
A bola está quicando para reformas liberais de que o país tanto necessita. Se perdermos essa oportunidade em 2018, poderá ser tarde demais. O Brasil não aguenta mais um mandato de nacional-desenvolvimentismo…
Rodrigo Constantino
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