Excelente o resumo que J.R. Guzzo faz na Veja desta semana sobre o PT e o que ele representa até aqui: um incrível “avanço” rumo ao passado. Gilberto Carvalho, por exemplo, resgata a imagem de um típico coronel nordestino ao falar “dessa gente ingrata”. O que o PT ainda não percebeu – ou finge não ter percebido – é que não há ingratidão alguma, e sim uma reação a um governo que, de popular, só tem o discurso e as aparências.
Guzzo diz sem titubear: “O governo do ex-presidente Lula, de Dilma Rousseff e do PT é uma das mais bem-sucedidas farsas jamais levadas ao público na história política brasileira”. O partido se aproveitou da bonança externa para distribuir benesses e garante que foi o responsável por uma “revolução social”. Um espetáculo para ludibriar incautos, cada vez em menor número.
O que o PT fez, na prática, foi se aliar ao que havia de mais retrógrado na política nacional, e não foi capaz de fazer uma só reforma estrutural decente. Guzzo acusa o “falso esquerdismo” do partido, por se vender como popular e agir como os barões de engenho. Só discordo que seja falso esquerdismo: isso, na prática, é a esquerda, o que a esquerda sempre faz!
Os representantes do povo vivem como nababos, gastam 8 mil em uma noite só para descansar em Portugal, e ainda acusam uma fantasmagórica “direita” de desejar o regresso aos tempos de pelourinho e chibata. Colocam-se como vítimas de uma elite reacionária, enquanto se juntaram justamente a essa elite reacionária e fisiológica.
Como alerta Guzzo, o Partido dos Trabalhadores foi incapaz de colocar um único trabalhador em cargo importante de ministério. Um país com 200 milhões de habitantes, mas o PT não teve condições de encontrar um só trabalhador? Como dizia Roberto Campos, o PT é o partido dos “trabalhadores” que não trabalham.
Faz pior: prejudica os verdadeiros trabalhadores, com carga tributária crescente, abuso no FGTS para fins políticos, destruição da Petrobras, uso de bilhões em recursos escassos para finalidades frívolas que enchem os bolsos de empreiteiras, etc.
Felizes ficaram Odebrecht, Friboi, construtores de sondas para a Petrobras, empreiteiros, Eike Batista (por algum tempo), líderes sindicais, políticos, etc. Conclui Guzzo:
Rodrigo Constantino