Dos nomes sendo ventilados em caso de eleição indireta – a única constitucional se Temer sair – reconheço que Henrique Meirelles é o melhor até agora, ou o menos pior. Caso se confirmasse tal escolha, os mercados ficariam animados, a bolsa iria subir, o dólar cairia, as reformas teriam alguma chance de sucesso.
Numa situação em que nomes como o de Nelson Jobim ou mesmo o do socialista Cristovam Buarque aparecem, Meirelles seria mesmo praticamente um alívio. Mas notem: o atual ministro da Fazenda era da J&F, sim, a holding dos “irmãos petralha”, de Joesley e Wesley Batista, aqueles que compraram toda a política com o dinheiro que a política lhes forneceu por meio do BNDES de Luciano Coutinho no governo Lula. É ou não prova de que estamos carentes de lideranças morais?
Sobre a degradação de valores nas instituições políticas, Leandro Ruschel fez um desabafo um tanto pessimista, clamando até por uma Revolução moral de novas lideranças do bem:
Onde está a reserva moral da nação?
No sistema financerio, existe uma instituição que funciona como o emprestador de último recurso quando algum banco, ou vários bancos quebram. É o Banco Central, que entre outras funções cumpre o papel de estabilizador do sistema.
Quem é o Banco Central do sistema político?
Essa é a pergunta mais importante a ser respondida no momento. No passado, quem cumpriu essa função foram as Forças Armadas, com parcial sucesso. Hoje, quem tem cumprido essa função é o Judiciário, mas há um sério problema aí.
O STF está contaminado, pois a sua formação foi dada justamente pela quadrilha que tomou o poder nas últimas décadas. O STJ é ainda pior. E a PGR já deu vários sinais de cooptação também. Esse acordo de delação com os gangsters da JBS é um escândalo, pois deixará livres os sujeitos que fazem o Marcelo Odebrecht parecer um coroinha!
Não podemos esquecer que a Justiça brasileira hoje é a representante máxima dos sanguessugas do povo, a mais cara do mundo, garantindo as seus integrantes vencimentos nababescos, com uma eficiência quase nula. Tirando alguns heróis, como Moro e o seu time, é um desastre completo.
É muito difícil imaginar que a própria quadrilha no poder tenha interesse em limpar e reconstruir o país.
Outros grupos que concentram poder, como sindicatos, a imprensa, associações, escolas e mesmo a igreja, estão totalmente infiltrados por décadas de marxismo cultural, atuando hoje como defensores do Chefe da quadrilha e do seu partido.
Esses grupos deram apoio determinante para que em 1964 houvesse um contra-golpe e o impedimento do Brasil virar um Cubão. Mas esses mesmos militares foram inábeis ao permitir que as instituições brasileiras fossem totalmente dominadas pela ideologia socialista, a grande raíz da tragédia brasileira atual.
E agora? Como impedir a venezuelização do país?
De alguma maneira os brasileiros de bem devem se unir, novos líderes devem surgir e organizar uma Revolução. Novamente, os militares terão papel vital nesse processo.
É isso ou o desastre completo.
Não sei se sou tão negativo assim, pois acho que há forças em curso tentando justamente depurar o organismo podre. Mas não resta dúvidas de que necessitamos de novas lideranças, gente decente, que possa mobilizar outras pessoas igualmente éticas em prol da reconstrução do Brasil, infestado de vagabundos e parasitas.
O trabalho será muito árduo, quase impossível, mas não podemos desanimar. Desistir seria entregar o país de bandeja aos safados e oportunistas, aos sindicalistas e políticos corruptos, aos bandoleiros e marginais de todo tipo. Isso não podemos aceitar. Só nos resta, então, reagir, lutar, brigar por um futuro melhor, resgatando valores morais perdidos faz tempo em nossa cultura da “malandragem”.
Volto ao começo: Meirelles pode até ser uma ponte razoável para 2018, sob a estrita ótica econômica. Mas o simples fato de vir da holding dos irmãos “ésley”, escolhido no caso por esse Congresso chamuscado, já mostraria que não é a resposta que queremos para o novo Brasil que deve emergir desse pântano e desse lamaçal que temos atualmente. Diante disso, eis a questão fundamental: onde estão as novas lideranças?
Rodrigo Constantino