Um documento tornado público pelo historiador Thomas Weber, da Universidade de Aberdeen, revela que Adolf Hitler tentou ingressar em outro partido político de extrema-direita antes de se filiar ao Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, mais conhecido como Partido Nazista. Em 1919, ele foi rejeitado pelo recém-formado Partido Socialista Alemão, decisão que acabou sendo determinante para sua ascensão política.
— Até um ano antes, ele não demonstrava nenhuma qualidade de liderança e estaria feliz em seguir ordens, em vez de dar ordens — comentou Weber, em entrevista ao “Guardian”.
Segundo a tese do historiador, o Partido Socialista, também de extrema-direita, era muito maior que o Partido Nazista, com mais lideranças consolidadas. Se Hitler tivesse sido aceito, provavelmente seria colocado numa função menor e, dessa forma “seria improvável que conseguisse assumir o poder”.
Após ser rejeitado pelo Partido Socialista, Hitler se filiou ao Partido Nazista e se tornou líder em 1921. O Partido Socialista foi dissolvido no ano seguinte e muitos de seus membros, incluindo o líder antissemita Julius Streicher, se uniram sob o comando de Hitler.
Oi? Partido Socialista também de extrema-direita? Qual o próximo passo? Chamar Lenin e Stalin de ícones da direita conservadora? O fato de Hitler ter sonhado com uma adesão ao Partido Socialista mostra apenas aquilo que todos os pesquisadores sérios já sabem: que o nazismo é, no fundo, muito parecido com o socialismo. O fato de que vários outros seguiram Hitler nessa trajetória também demonstra isso.
Nazismo, fascismo e comunismo disputavam o mesmo tipo de alma coletivista, antiliberal, anticapitalista, que desprezava a democracia representativa, o indivíduo e suas liberdades. Tudo no estado, nada fora do estado: o lema de Mussolini, que coloca no mesmo saco podre todos esses centralizadores de poder que odeiam o livre mercado.
Em The Big Lie, Dinesh D’Souza comprova como as três ideologias são similares entre si, e como tiveram e têm simbiose com a esquerda democrata “progressista”, a mesma que acusa todos de “fascistas” hoje. Para quem foca nos fatos, não na narrativa dos grandes mentirosos da academia e da mídia, não há novidade alguma nisso.
Como o historiador Anthony James Gregor escreve: “Sob a influência da análise marxista do fascismo, as declarações fascistas nunca são analisadas como tais. Elas são sempre ‘interpretadas’. Os fascistas nunca são entendidos como significando o que eles dizem. Como consequência, tem havido muito pouco esforço, até à data, para fornecer um relato sério do fascismo como uma ideologia”.
Mas quem for analisar o que os fascistas efetivamente disseram e fizeram, ficará claro que a esquerda radical e o fascismo, assim como o nazismo, são bem mais parecidos do que gostariam os esquerdistas modernos. Concentrar o poder no estado central e ignorar o indivíduo é o foco essencial do fascismo, e era isso que atraía tanto coletivista para essa ideologia, ou para a sua concorrente, o socialismo. Mussolini foi um líder socialista antes de fundar seu partido fascista.
Antes da Segunda Guerra que deu ao fascismo e ao nazismo sua má-fama, vários “progressistas” da esquerda americana elogiaram as duas ideologias, e o inverso também aconteceu: Mussolini, Hitler e seus principais assessores teceram elogios aos esquerdistas americanos, inclusive ao presidente democrata Roosevelt, aquele que mais conseguiu aproximar os Estados Unidos de um regime fascista. Dinesh escreve sobre Mussolini:
As credenciais socialistas de Mussolini eram impecáveis. Ele havia sido criado em uma família socialista e fez uma declaração pública em 1901, com a idade de dezoito anos, de suas convicções. Aos vinte e um, ele era um marxista ortodoxo familiar não só com os escritos de Marx e Engels, mas também de muitos dos mais influentes marxistas alemães, italianos e franceses do período fin de siècle. Como outros marxistas ortodoxos, Mussolini rejeitou a fé religiosa e escreveu panfletos anti-católicos que repudiam seu catolicismo nativo.
Tudo isso é “grego” para quem foi “formado” pelas universidades e imprensa das últimas décadas, onde já reinava a “grande mentira”. Hitler era um socialista e um nacionalista, que bebeu de fontes marxistas, e que desdenhava do capitalismo, associado por ele aos judeus. Quem ainda acha que Hitler é “extrema-direita” e que, portanto, está mais perto de Reagan e Thatcher do que de Lenin, Stalin ou Mao não entendeu nada de nazismo, comunismo e da história do século XX.
Mas para insistir na “grande mentira”, o jornal não se importa de rotular um Partido Socialista como de “extrema-direita”. É como se o PSOL fosse chamado de “extrema-direita”!
Rodrigo Constantino
Governo Lula cobra fatura de aliança com Lira nesta última semana do Legislativo
PF busca mais indícios contra Braga Netto para implicar Bolsonaro em suposto golpe
Não é só nos EUA: drones sobrevoam base da Força Aérea americana e empresas estratégicas na Alemanha
Juiz de Brasília condena Filipe Martins por suposto “gesto racista” em sessão do Senado
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS