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Halloween, uma data muito importante aqui nos States. Centenas de crianças vão tocar o terror nas ruas do meu condomínio, pedindo balas ou fazendo “trapaças”. Elas só querem se divertir, brincar, comer guloseimas. Mal sabem, tadinhas, que os adultos estão interessados em outras questões. Em política e ideologia, por exemplo.

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A escolha das fantasias de Halloween virou um tema delicado no mundo pós-moderno, dominado pelos hiper-sensíveis “liberais”. Tudo pode ser “ofensivo” para alguém. E acredite: não há escolha fácil, que seja politicamente correta. Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.

Duvida? Acha que exagero? Então vejam: se a menina escolher se fantasiar de Elsa, do Frozen, isso pode ser considerado inadequado por “promover a beleza branca”. Foi o que essa blogueira esquerdista disse. Sachi Feris, autora do livro Raising Race Conscious Children (pelo nome dá para ver que é pura doutrinação ideológica racial para incutir culpa nas crianças brancas), usar a fantasia de Elsa é transmitir a mensagem errada para as crianças.

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Sua filha de 5 anos queria se vestir ou de Moana ou de Elsa, mas a mãe julgou ambas as escolhas “problemáticas”. Uma seria “apropriação cultural”, a outra seria promover a “beleza branca”. Que dilema! E a menininha, com seus cinco aninhos, fica privada das fantasias que queria, porque não são “corretas”.

Mas não pense se tratar de um caso isolado. O ator Chris Hemsworth, de Thor, pediu desculpas por vestir uma fantasia de um nativo americano, i.e., índio. Isso foi ofensivo, “apropriação cultural”, inadequado. O cara é o Thor, combate deuses malignos, mas tem que vir a público se desculpar porque colocou um cocar numa festa à fantasia?! Que mundo louco e chato é esse?

Até o comediante Bill Maher, de esquerda, cansou de tantos pedidos de desculpas e partiu para o ataque contra seus colegas de ideologia:

A esquerda, com sua afetação politicamente correta, com essa política de identidades, com essa marcha das minorias oprimidas, essa revolução das vítimas, conseguiu criar um ambiente asfixiante, insuportável, em que tudo passa a ser politizado, até mesmo a simples diversão da criançada no Halloween.

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Tudo é política, pois aprenderam com Foucault a importância da “microfísica do poder”, como cada uma das instituições carregam em si o germe da dominação das elites de forma velada, disfarçada. É por isso que vemos lideranças do movimento LGBT dizendo que suas partes íntimas são “revolucionárias”. O ânus deixa de ser um canal excretor ou, no caso deles, um orifício de prazer sexual, e passa a ser um instrumento de fazer política, uma arma, um símbolo de luta ideológica, como a foice e o martelo, ou a suástica.

Pergunto ao leitor: não há certo exagero nessa paranoia toda com a vestimenta da garotada nessa data? Não seria mais razoável simplesmente deixar as crianças escolherem suas próprias fantasias sem politizar tudo? Eu, por exemplo, gostei dessa fantasia aqui, em que o pequeno Trump prende a criminosa Hillary:

Que fofo esse Trumpinho, gente! Já sei qual fantasia comprar para o Antonio ano que vem…

Rodrigo Constantino

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